terça-feira, 2 de janeiro de 2024

Ela é só poesia!

 Eu a vi na fila dos frios do supermercado. Nossos olhares se cruzaram várias vezes. Um sorriso tímido e a conversa começou. Falamos sobre o calor, aliás, insuportável nestes últimos dias do ano. Um convite para um café aceito e muito blá blá blá. Simplesmente ela é encantadora!


Fomos caminhando até sua casa. Lá chegando, convidou para mais um café, aliás, delicioso! De repente ela surge com um cigarro ilícito vestindo apenas uma enorme camisa branca. Aquela visão foi demais para meu coração! Foram segundos de paixão! Ela falava sem parar, gesticulava e mexia seus cabelos longos e castanhos, meios ruivos. 


Ela ligou o som, colocou uma música  e começou a dançar enquanto guardava as compras na geladeira. Ora dançava freneticamente como se eu não estive ali, ora apenas me olhava e ria, mexendo timidamente os braços enquanto me convidava para dançar com ela. Dançamos até ficar exaustos. E, quando eu percebi, já estávamos deitados em sua cama. O mais estranho é que ela me olhava e declamava Fernando Pessoa.


Ao som de Billie Hollday fizemos amor pela primeira vez. Já a segunda, ao som de Sade. Nossos corpos transcenderam, encaixe perfeito. Exaustos e sonolentos tiramos o sono dos deuses abraçadinhos. Fui acordado pelos batuques, som de tambores do axé! Ela cantava sorridente: “...quero ver o Ilê passar por aqui...”, enquanto dançava nua pela casa, olhava e ria sem parar.


Fiquei parado, estático a vendo dizer: “você deve me achar louca. Eu faço as coisas de forma automática, que tenho vontade, sem pensar”. Confesso que senti um calafrio de prazer com estas palavras!


Sua beleza estava diante dos meus olhos, onde a felicidade morava dentro de mim. Para mim, ela é poesia que me tocou, ou seja “um grão de areia, na imensidão do mar dentro de uma flor marinha selvagem”. Assim é ela! – Jk




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