sábado, 31 de março de 2012

Amores impossíveis


Meu coração tem manias estranhas que até eu mesmo desconheço. Às vezes nem parece que moramos juntos há mais de 40 anos. Acredito que ele tem vontade própria, que  ele manda  mais que o meu cérebro.

 Esta semana mesmo conheci uma moça. Uma destas que você pode compor uma canção, fazer um filme. Sua beleza e simpatia são estonteantes. Confesso que nem eu acreditei que estava conhecendo aquele avião e ela correspondendo. É muita areia pro meu pobre caminhãozinho.

 Conversamos por mais de uma hora e marcamos um encontro, um café para esta última sexta-feira. Pontualmente, ela chegou ao local marcado. Linda como sempre! Meus olhos brilhavam. Conversamos um pouco e fomos a um motel. Lá chegando, ela foi tomar um banho enquanto eu criava um clima com luzes, som, estas coisas.

 Ela entrou no quarto enrolada com a toalha. Por uns minutos, confesso, meu coração parou de bater. Fiquei ali estático, contemplando aquela visão dos deuses. Nervosa, em silêncio, ela se aproximou e roubou-me um beijo. E que beijo, subi aos céus.

 Nos olhamos e a convidei para deitarmos. Seu corpo lindo e perfeito eu vi pelo espelho, aliás, perfeito mesmo, nada, nadinha fora do lugar. Um convite ao pecado e nada mais justo pecar, se deixar ser seduzido e seduzir.

 Foram tanto beijos, tantas carícias, tantos toques que nos levaram ao êxtase, ao delírio, em outras palavras, ao paraíso. Noite perfeita, ouso dizer, pena que rápida, ligeira, voraz. Afinal, ela é casada. Seu marido já ligava perguntando onde ela estava para minha tristeza.

 Na hora da despedida, sem jeito, apertei sua mão. Estranha esta atitude, esta atitude do meu coração. Parecíamos dois estranhos se despedindo. Talvez, seja o medo de me apaixonar, coisa que faço fácil. Se é que já não estou! Mas, algo me diz que não nos veremos mais. Recordar o passado parece ser o que me resta.

 Às vezes me questiono se meu coração se apaixona sempre pela pessoa errada ou é meu cérebro que gosta de sofrer, gosta de amores impossíveis, pois é só isso que busco, coisas impossíveis, que sei que não vou ter. Mas, viver é preciso! A busca não para nunca! Ainda espero encontrar minha pantufilha para passar o inverno juntos, abraçadinhos.

domingo, 25 de março de 2012

Elis Vive!


 Emocionante! Com esta única palavra defino o show de Maria Rita em homenagem a sua mãe Elis Regina!

 Com mestria a cantora soube interpretar canções consagradas de sua mãe como Romaria, Me deixas louca, Se eu quiser falar com deus, Maria Maria, Madalena, Essa mulher, Tatuagem, Aprendendo a jogar, Saudosa maloca, e Doce pimenta, além de outras. Esta última, Elis não chegou a gravar. Foi uma homenagem de Rita Lee a pimentinha. A única gravação existente é de um especial da Rede Globo, onde Rita e Elis fazem o dueto. Em cd ou dvd nunca foi lançado


 De acordo com dados da Brigada Militar de Porto Alegre, mais de 60 mil pessoas prestigiaram o show de Maria Rita, perfeito no meu parecer, embora, ela tenha deslizado ao interpretar Zazueira e mostrou-se mais técnica do que pura emoção, ao contrário de sua mãe que aliava as duas. Sem contar, que a extensão da voz de Elis é bem maior do que a de Maria Rita.


 É impossível não comparar as duas, mas Elis tinha um agudo mais alto, límpido, perfeito, além de uma presença cênica menos forçada, mais natural. Mas, amo Maria Rita, suas músicas, suas interpretações e hoje entendo um pouco melhor o motivo dela demorar tanto tempo para interpretar canções de sua mãe. Vale ressaltar que tive o privilégio de assistir o show Trem Azul, no Gigantinho.

 Mas, o melhor foi ter reencontrado uma amiga que há mais de 18 anos não a via. Foi uma emoção tão forte, só queria abraçar, estar junto dela, coisa que fizemos durante o show e decorrer da noite. A Cada abraço dela, meu corpo arrepiava mais do que a emoção do show. Seu sorriso é lindo, sem contar que amo mulheres altas, mais altas do que eu. Risos.

 Depois do show, suco de melancia no Praia de Belas enquanto aguardávamos o desafogar do trânsito, sempre, olhos nos olhos, atualizando os 18 anos de ausência. E, haja conversa e ouvidos. Saber quem casou, quem separou, quem morreu, se estão felizes ou não...

 Para encerrar a noite, um jantar maravilhoso em um restaurante que esqueci o nome. Coisas da idade! Risos... Risoto de camarão com molho agridoce de laranja. Resumindo, noite perfeita, estada em Porto Alegre maravilhosa, como sempre. Aliás, todos as vezes que vou à capital sou recebido de braços abertos pelos portoalegrense. Povo bonito, culto e ligeiramente estressado.

sábado, 24 de março de 2012

Outono em meu coração


 Sábado de sol, de outono. Friozinho lá fora e o pensamento lá em você!

 Preguiça de arrumar a mochila para ir à Porto Alegre. Logo mais show imperdível de Elis Regina em homenagem aos 30 anos da forte de sua mãe, Elis Regina! Grande expectativa para este show.

 Minha reserva já está feito no Everest Hotel, na Duque de Caxias do Sul, no coração de Porto Alegre! Hoje vou matar a cidade da capital. Amanhã retorno a minha amada Caxias do Sul.

 Estranho dizer, mas amo o outono, este friozinho, esta temperatura agradável que me encanta e fascina. Adoro ver os tons da natureza, ver o espetáculo que é morrer para depois renascer.

 Aliás, ando precisando morrer para depois renascer. Sinto um enorme vazio dentro de mim, como se faltasse algo. Às vezes acho que é na área profissional. Estou um tanto quanto desmotivado com meu trabalho. Ganho pouco, no inverno trabalho muito e no verão quase nada.

 Outras vezes acho que é o problema é o coração. Ta faltando um grande amor na minha vida. Só gosto de coisas impossíveis, das pessoas mais incertas, das pessoas que jamais terei. Meu coração é bandido, só gosta de quem jamais gostaria de mim! De quem gosta, ele despreza.

 Tem horas que odeio não ter força de vontade. Há anos luto para perder peso e nada. Esta minha falta de vontade me estressa. Também não ando satisfeito com minha auto-estima. Acho que é por causa do peso extra – bem, não tão gordo assim -, ou, talvez, pela idade! Todos os dias me olho no espelho e não me reconheço. Envelhecer não é fácil. Estes 40 e poucos anos estão me tirando o sono. Risos.

 Mas, a vida me ensinou a não desanimar. Bola pra frente, sempre! Fazer gols é preciso! Desânimo, tristeza são palavras que não existem em meu vocabulário e, que se existem, vou tratá-las de tirar do meu dicionário, afinal, amanhã é um novo dia!

domingo, 18 de março de 2012

Coração bandido

Inocente e linda nos meus braços ela chorou! Calado, chorei junto e a conformei! Pus sua cabeça no meu peito, peguei sua mão e lhe fiz cafuné!

 Enquanto ela chorava as dores de outro amor, minhas poucas e disfarçadas lágrimas eram por ela. Justo eu que nunca acreditei em amor à primeira vista, vi meu coração balançar, bater mais forte, descompassado quando sua cabeça tocou meu peito.

 Respirei do seu hálito doce com quem sorve um delicioso doce, uma bebida embriagadora, que inebria, entontece. Suas mãos macias, seu cabelos cheirosos, seu peito era um convide para me perder no seu corpo, naquela boca perfeita para a minha.

 Escondido, uma lágrima provei. Um sabor agridoce tomou conta da minha boca. Confesso que foi o melhor sabor que a minha boca já provou.

 Decorrido um dia, ainda sinto seu cheiro, recordo seu sorriso, ela chorando nos meus braços, eu lhe fazendo um cafuné, segurando sua mão, momentos que não consigo esquecer, que vão ficar pra sempre em minha memória. Até sonhar com ela, sonhei. Há tempos não sonhava com ninguém, não desejava ninguém.

 Antes de dormir, enviei uma mensagem de boa noite, boa viagem, pois hoje ela ia para casa dos pais e, para minha decepção, recebo outra, mas, falando do ex, que não tinha lhe procurado, ligado. Mas, infelizmente, a vida é assim.

 Amores não correspondidos parecem sempre ter o melhor sabor ou eu que adoro sofrer, me apegar ao que jamais terei! Adoro este meu coração bandido, mesmo me fazendo sofrer!