terça-feira, 16 de novembro de 2010

O tempo não para

  Estou impressionado com a rapidez que as horas, os dias, os anos estão passando. Há pouco tinha 18 anos. Quando me deparei comigo mesmo, já estava com 30 anos. Daqui a 32 dias já estarei na fase do “enta”, do quarentão, cinquentão,... E o pior, me sinto como um meninão, como se tivesse, no máximo, 25 anos.

  Olhando um pouco mais para trás, vejo o quanto meus sobrinhos cresceram. A Fernanda, que vi nascer, ajudei a cuidar, já está com 23 anos. Parece que foi ontem que eu corria para as Americanas, em Porto Alegre, atrás de brinquedos e bonecas, principalmente, da Xuxa.

  O mesmo acontece com o Rodolfo. O guri apaixonado por Legos, hoje só quer saber de mini-séries televisivas. E o pior, eu também. Comprei para ele as cinco temporadas de Boné. Não resisti e já estou terminando a quarta temporada. To louco para começar a quinta.

  Minha mãe mesmo, que até então não parecia envelhecer, fiquei assustado quando ela disse que já iria fazer 70 anos. Para mim, o tempo não passou para ela. Ela continua linda e jovem. Notei que os anos passaram de tanto ela reclamar de dor nos braços e em outros lugares. Todos os dias surge uma dor nova. Até então, para mim, ela era uma jovem senhora. Imaginem como eu vou ficar: Jean das Dores. Risos.

  Meu pai parece que foi ontem, mas já faz nove anos que ele faleceu. Sou capaz ainda de sentir o seu cheiro no meu quarto ou quando entro no meu apartamento. Ainda sinto-o tão presente. Em Finados, quando fui conversar com ele em São Marcos, no cemitério, ainda não acreditava que seu corpo estava lá. Tenho sempre a impressão de que, quando menos espero, vou encontrar com ele em casa ao chegar.

  Eu mesmo, to com uma barriguinha indecente, os cabelos estão ficando ralos e os pelos das pernas começaram a cair. Pode? Só posso dizer que o tempo não para e a idade não vem sozinha.