sábado, 29 de maio de 2010

O futuro é um presente que não aconteceu

  É nestas horas soltas, vazias de um sábado frio e cinza de outono que me encontro pensando na vida, no que fiz ao longo de meus quarenta anos e o que farei nos anos que virão. Engraçado é que não me arrependo nada do que fiz no passado, pelo contrário, no meu entender, tudo que passei foi necessário para meu aprendizado, para chegar aonde eu cheguei.

  Ao contrário da maior parte das pessoas, acho que vivi cada dia intensamente, inconsequentemente. Joguei-me de cabeça na vida e dela sorvi cada momento, cada sabor e dissabor. Já o futuro, nunca foi uma preocupação, a não ser com a saúde. Estando bem com o corpo e a alma, podemos construir tranquilamente nossa vidinha.

  Queria ser mais ligado em bens materiais, mas, meus sonhos são tão simples, tão fáceis de realizar. Ouso a dizer que a maior parte deles já conquistei e, tenho certeza, que os demais também conseguirei.

  Acredito que, assim como muita gente, ainda não encontrei minha cara metade, minha alma gêmea, embora esteja enamorado há mais de cinco anos. Por mais que eu goste dela, sinto que falta uma reciprocidade em alguns itens. Como sempre digo: me entrego demais em uma relação, mais do que a outra parte envolvida. Nesta construo sonhos, castelos, infelizmente, sempre de areia. Ou seja: sempre amei mais do que fui amado. Como Cazuza, sou deliciosamente exagerado.

  Na atual – ela vai odiar ler isso, mas, fazer o que -, sinto que falta romantismo, troca de carinho. Somos mais amigos do que namorados. Gostamos das mesmas coisas. Nossa cumplicidade é fantástica, não posso me queixar. Mas, para por aí.

  Eu sou quieto, ela faladeira. Sou romântico, ela nem aí. Adoro beijos, troca de carícias, ela apenas segurar minha mão. Já eu, odeio sair de mão dada, gosto de sair enganchado pelo braço.

  Adoro comer, ela fazer dieta. Adoro gordinhas e ela é magrinha. Gosto de comida japonesa e ela de chinesa. Dizem que os opostos se atraem, e é verdade.

  Ao contrário do saudoso poetinha Vinícius de Morais: que bom que as pessoas são diferentes, senão seria um tédio viver se todos fossem iguais a você. Mas, por outro lado, amamos música, cinema, teatro, viajar, ler, passear... Nos encaixamos perfeitamente.

  Quem sabe um dia a gente não entre em sintonia perfeita, se é que existe sintonia perfeita. Enquanto isso vou levando a vida. De repente um novo amor pode acontecer para um de nós. Como disse, o futuro é uma coisa incerta. Ou quem sabe, ela é minha alma gêmea e eu ainda não descobri. Só sei que o futuro é um presente que não aconteceu ainda.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

O aprendizado

  Quando jovem, fui muito inconseqüente. Fazia tudo que me dava na cabeça e não media as conseqüências. Certa vez exagerei tanto que quase parti desta. Explico: final de ano, época de muitas festas e bebedeiras. Recordo que não perdia uma.

  Numa delas, início do mês de dezembro, no Clube Juvenil, fui além das contas. Tomei mais de um litro de uísque. Até aí tudo bem! Mas, não satisfeito somente com a bebedeira, tomei dois ou mais moderadores de apetite roubados da minha mãe.

  Fiquei elétrico. Parecia aquele bonequinho da propaganda de pilhas Duracel. Não tinha o que me desligasse. Dancei a noite toda. No dia seguinte, domingo, aquela dor de cabeça e enjôos. O pior que segunda-feira ia fazer uma cirurgia na mão direita, Quando tinha 15 anos, talvez um pouco menos cortei os tendões em um acidente.

  Na segunda-feira, dia da cirurgia eis que ao fazer a anestesia local, a mesma não pegou. Acabaram fazendo geral. Só que devido minha arte de dois dias atrás, acabei tendo uma parada cardíaca. Fui ressuscitado através de aparelhos.

  Lembro que os médicos usavam o ressuscitador no meu peito e pediam para eu reagir. Não conseguia embora ouvisse tudo o que eles falavam e sentisse o que faziam. Foi num destes instantes que uma luz imensa me envolveu, como que se convidasse para entrar em um imenso túnel de luz branca com tons violeta, onde vultos apareciam no final.

  Embarquei naquele túnel, quando, bruscamente, um choque me ver voltar e acordar. Abri os olhos e vi um sorriso do meu médico ao me dizer: que susto você nos deus Jean.

  Deste momento em dia, jurei para mim mesmo nunca mais usar drogas ou qualquer medicamento sem prescrição médica, promessa essa que venho cumprindo desde então. Até para de beber, parei.

  Precisei de um susto para aprender a andar na linha. E, apesar de tudo, não me arrependo. Foi necessário este aprendizado para saber até aonde vão meus limites. Do contrário, sabe-se lá o que estaria fazendo hoje.

domingo, 9 de maio de 2010

Minhas prioridades são outras

  Outono chegou. Inverno se aproxima. Lá se vão meus dias de sossego, de paz. Para quem trabalha com vendas, em um centro de compras onde 80% das mercadorias são de inverno, agora é nosso período de trabalhar, trabalhar e trabalhar.

  Começo meu expediente às 7h e, antes das 19h, não consigo sair. Tem dias, como terças e quintas, que é praticamente impossível sair antes das 20h. Passo maior parte do tempo de pé. Converso tanto durante o dia, que a noite chego estar com calos nas cordas vocais.

  Quando chego em casa, estou sempre cansado, quero ficar sozinho. Só quero saber de banho, janta e cama.

  Meus amigos reclamam que não tenho tempo para eles. E é verdade! Pode parecer estranho, mas, não abro mão da minha caminha, meu soninho. Preciso de oito horas de sono diárias para estar bem no dia seguinte, senão, fico imprestável.

  E as reclamações não são só dos amigos, até minha namorada reclama que no final de semana estou sempre cansado. Quero dormir até mais tarde, aí pelas 8h, ficar na cama me enrolando.

  Acordo, diariamente, às 6h, tomo banho, café e sai voando para o trabalho. Sem contar que é tão bom ficar curtindo a preguiça na cama, ainda mais com o friozinho. Cafezinho na cama, tv ligada. Tem coisa melhor? Ta certo, tem... Risos.

  Sair de casa, tornou-se um tormento. Faz anos que não vou a uma boate. Nem sei mais como é isso, quais são os pontos de encontro da moda, como se dança... Nem beber, bebo. Nem me lembro mais a última vez que bebi. Ficar tontinho então, séculos.

  A última vez que fui em um barzinho, ainda me lembro, foi ano passado, em dezembro. Fui com a Mara tomar uma cerveja. Depois disso, só um cafezinho ao cair da tarde no Arco da Velha este ano.

  Alguns amigos reclamam que estou deixando a vida escorrer pelos meus dedos, mas, hoje, minhas prioridades são outras. Foi-se o tempo de cassação, barzinhos, boates... Hoje, gosto de viajar, ler, ouvir música, assistir filmes... De preferência a dois, mas, se tiver que ser sozinho, não vejo problemas. Sou uma boa companhia para mim mesmo. Às vezes acho que preciso de alguém como eu. Risos.

  Hoje, não troco por nada o aconchego do meu lar. Não tem programa que me faça mudar de idéia. Talvez um jantar na casa de amigos, poucas pessoas seguido de um bom dvd.

  Amigos, desculpe a sinceridade, mas, contém comigo somente no verão. Sou como as formigas, só que ao inverso. Trabalho no inverno e descanso no verão.

sábado, 8 de maio de 2010

Como é grande o meu amor por você


  Helena, o aniversário é seu, mas o presente, com certeza, quem ganhou, fui eu. Ouso dizer: nós, afinal o Pimentinha não é só meu, para mim e sim, para toda família: você e a Fernanda e quem mais chegar.

  E, como sei que gostas de cartão, de ler o que eu escrevo, aqui estou de coração aberto tentando prestar minha singela homenagem – mais uma – a maior e melhor mãe do mundo. Selecionei palavras, mas, confesso que na minha opinião, nenhuma consegue traduzir o que eu sinto.

  Resolvi, então, plagiar Roberto Carlos. Lembrei de uma velha canção que cantava e canto para você desde pequeno. E, inclusive, assistimos ao show de Rei onde ele cantou esta música que traduz com exatidão o que eu sinto por você: “Eu tenho tanto pra lhe falar, mas como palavras não sei dizer, como é grande o meu amor por você. E não há nada, pra comparar, para poder, lhe explicar, como é grande o meu amor por você. Nem mesmo o céu, nem as estrelas, nem mesmo o mar, e o infinito, não é maior, que o meu amor, nem mais bonito. Me desespero, a procurar, alguma forma de lhe falar, com o é grande o meu amor por você. Nunca se esqueça, nem um segundo, que eu tenho o amor, maior do mundo, como é grande o meu amor por você”.

  Pois é mãe, já se passaram mais de sessenta anos – não vou revelar a idade (risos) -, desde que cantei pela primeira vez esta canção para você. E, por incrível que pareça, ela continua sendo atual, expressando tudo àquilo que eu sinto por você. Com certeza, esta música será eternamente a nossa melodia. Hoje minha voz não é tão doce como antes, e sim mais grave. Também não sou aquele menino que você podia colocar no colo e proteger dos perigos da vida.

  Eu cresci, não teve jeito, mas, no fundo, sei que continuo e sempre serei para você aquela eterna criança sapeca, levada, assim como você será meu anjo da guarda, meu porto seguro, ponto de partida e chegada, minha mãezinha pequeninha que eu amo.

  Pequeninha no tamanho, mas, grande no coração, na alma. Às vezes você parece ser tão frágil, mas, no fundo, sei que és mais forte que eu e a Jeanine junto. Quem tem você por perto, tem sempre um carinho incondicional. Sei que se você pudesse, protegeria meio mundo, todas as pessoas que você gosta, ama.

  Pois é minha guerreira, minha maezona saiba que eu te amo. E, se Deus quiser – e ele vai querer –, muitos anos ainda teremos pela frente para lhe proporcionar alegrias e também, é claro, algumas dores de cabeça.


  Amo você Helena Horácia!



  Feliz Aniversário e Feliz Dia das Mães!


* Cartão de aniversário e Dia das Mães 08.05.2010

quinta-feira, 6 de maio de 2010

O mistério do carro novo


  É incrível como certas coisas tem o dom de nos deixar alegres, mais felizes, mais dispostos. Nesta quarta-feira consegui realizar meu sonho: comprei meu primeiro carrinho zerinho. Ele é bem como eu almejava: modelo esportivo, vermelho com todos os confortos necessários para me deixar satisfeito.

  E, confesso, era para ser meu este KA. Liguei três vezes para a concessionária para falar com uma vendedora que é minha amiga e nada de encontrar ela e, quando encontrava, ela tava sempre ocupada. Resolvi ir na Florauto com minha mãe olhar os valores dos automóveis. Só tinha em mente que seria um KA. Lá chegando, coloquei, de cara, o olho em KA, modelo esportivo, vermelho. Foi amor à primeira vista. Olhei mais dois modelos, mas não me atraíram.

  Pra ser sincero, o modelo que eu havia gostado estava com o valor um pouco acima do que eu pretendia gastar ou tinha na poupança. Mas, para minha surpresa, minha mãe me deu de presente a diferença. Resultado: comprei meu sonho à vista. Hoje posso dizer que estou radiando alegria, pois o Pimentinha é lindo, minha cara.

  E, as coincidências não param por aí. Ao me desfazer do Furioso, meu corsinha, na hora de tirar meus pertences, encontrei, no chão, no lado do motorista, um pente. Só que não era um pente qualquer, é sim o pente que meu pai usava em seu bolso e que estava guardado junto com outros pertences dele. E, que misteriosamente desapareceu do local onde guardei.

  Para mim, foi um sinal que meu pai aprovou minha decisão, que estava comigo, ao meu lado, como ele sempre esteve, mesmo estando ausente há mais de nove anos. E, parte do dinheiro usado, vale lembrar, que foi da herança que ele deixou.

  O que me deixou meio cabreiro foi o fato do pente, mas, tomei como uma benção do meu pai, na certeza de que ela provou minha aquisição. Que lá do céu, ele continua zelando por mim e por minha família.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Maio, presentes e dieta frustrada


  Mudar, todo começo de mês é isso. Faço promessas de algumas mudanças, mas, infelizmente, metade dos meus planos ficam apenas no papel, nos meus sonhos. Alguns sonhos, saem do papel, como a aquisição de um carro zerinho uma vez que o atual esta velinho. No início, há 12 anos, o chamava carinhosamente de Furioso, hoje apenas Caquinho. Amanhã, se Deus quiser – e ele vai querer -, vou estar com o Pimentinha.

  A resolução que entra mês e sai mês e nunca acaba acontecendo é o meu regime. Toda segunda-feira é a mesma ladainha. Faço planos que vou começar a dieta e começo, só que o regime não dura até sexta-feira, ou seja, um eterno recomeço. Me contento em saber que em cinco meses de dieta frustrada, não engordei um quilo, mas, por outro lado, não perdi nada. Triste consolo. Risos!

  Outro plano é comprar um presente para minha mãe. Além do Dia das Mães, ela está de aniversário um dia antes, ou seja, tenho que me esmerar em um presente bom. Estava pensando em um forno elétrico ou uma roupa transada, embora, confesse, que ela tem tudo. Acho difícil dar-lhe um presente, além de ter quase tudo, ela tem um gosto refinado e nada convencional, normal. Mas, no fundo, é uma pessoa simples. Difícil explicar.

  Ainda este mês, meu sobrinho está de aniversário: 16 anos. Outro problema para dar presente. Já comprei o dvd de Avatar. Estava pensando em complementar com Lua Nova e Sherlok Homes. Será que ele vai gostar destes três dvds me questiono?

  E, de quebra, meu amor está de aniversário. Haja bolso para tantos presentes. Pensei em um presente para casa já que ela está reformando o apartamento. Já adquiri um conjunto de toalhas e um edredom. Mas, acho que presente para casa somente, não funciona. Talvez uma jóia ou relógio, seguido de umas flores. Afinal, qual mulher não gosta de flores. Sem contar que estamos no mês de maio, mês das mães, das mulheres fortes e de uma união de cinco anos. E o melhor, depois de muitas brigas, desentendimentos, estamos passando pela nossa melhor fase, nosso melhor período. Tudo está um mar de rosas. Se melhorar, estraga.