segunda-feira, 30 de abril de 2018

Distraído eu? Bem capaz!

Acredito que não existe pessoa mais atrapalhada, estabanada, distraída, fora de sintonia como eu. Sou um perigo ambulante. Pareço um personagem extraído dos filmes de comédia onde tudo dá errado. Merecia uma classificação do governo: “O Ministério da Saúde adverte: ter o Jean por perto pode ser prejudicial a sua saúde, além de perigoso”.

  Estes dias, ao levar o lixo para fora do prédio, fiquei impressionado como consegui fazer tal proeza. Tinha três sacos, destes de mercado de lixo na mão e minha carteira apenas. Coloquei o lixo seco na sua devida lixeira. Já, na hora de colocar o orgânico na lixeira, joguei a carteira junto. Resultado: me joguei dentro da lixeira atrás da carteira, que para minha sorte, foi parar no fundo, afinal, não podia ser diferente. Eu mesmo ria sozinho, pois quem viu a cena não deve ter entendido nada: eu de pernas para o ar com a cabeça enfiada na lixeira. Sem contar que, quem não é de Caxias, não conhece o tamanho das lixeiras espalhadas pela cidade. Dá até para morar dentro.

  Quando morava em Porto Alegre, na época da faculdade de jornalismo, consegui ser atropelado três vezes. Pode? E, por incrível que pareça, sempre na mesma esquina. Explico: morava em um prédio localizado na Avenida Venâncio Aires quase esquina com a Rua João Pessoa. Quem conhece, sabe como é movimentado e perigoso atravessar esta esquina. No local, existem duas sinaleiras, uma para pedestre e outra para os automóveis. Não sei como, mas conseguia me confundir qual era a de carro e qual era a de pedestre. Interiorano é foda! Insistia em escolher a de automóveis e acabava sendo atropelado. No plantão do HPS, já era tratado como um velho conhecido pelos médicos e enfermeiras, principalmente por Elisa, uma linda enfermeira, super simpática e querida que mais tarde tornou-se uma de minhas melhores amigas na capital gaúcha. Aos domingos, quando não tínhamos nada para fazer, ela zoava perguntando se eu não queria dar uma voltinha de ambulância. Eu hein!?

  Mas, o melhor vem agora. Na esquina, em frente à sinaleira, existia ou ainda existe uma farmácia. Depois de ser atropelado várias vezes, as atendentes, quando me viam parado na esquina esperando o sinal abrir, me ofereciam ajuda para atravessar a rua. Que mico!

  Nesta mesma esquina, a pé, consegui atropelar um táxi lotação. O veículo ameaçou andar e não andou e eu, muito tonto como sou, entrei com tudo no lotação. A batida foi tão forte acabei caindo sentado no chão às gargalhadas. Só agora, ao relatar estas lembranças, percebi que esta esquina foi muito marcante na minha vida.

   Certa noite, após ter tomado todas e mais uma, não consegui chegar em casa.  Acabei dormindo, junto com uma amiga, na rua, por coincidência, neste tão citado cruzamento. Recordo que até ganhei umas moedinhas de uma senhora que nos confundiu com pedintes e que acabei comprando uma cartela de aspirinas na farmácia. Estou sou eu – JK.


domingo, 29 de abril de 2018

Sim, há um Deus



Sim, eu tenho fé e acredito em Deus. Sim, existe um Deus que zela por nós e esta presente todos os dias em nossas vidas. Não sei dizer qual sua forma, mas posso senti-lo todos os dias através de minhas orações e preces. Sei que é algo que esta fora da minha compreensão, mas eu sei que ele existe e sinto ele dentro de mim.

Sim, existe um elo que me liga a ele e ao mesmo tempo ao mundo espiritual que eu acredito que todos temos, apenas uns mais e outros menos conscientes. Viver é um exercício que faço diariamente. Uns são mais fáceis, enquanto outros, mais difíceis.

A vida se transforma a cada instante durante a nossa existência. E, nós, somos espíritos vivendo uma experiência física na terra, pois sem o espírito, somos nada, somos um corpo sem vida, um boneco feito de carne.

Quando morremos, morre apenas o corpo, o espírito continua vivo em um plano etéreo que, muitas vezes, podemos ver e sentir. Sim, sentir o cheiro, a presença de entes queridos que já se foram e que estão do nosso lado, nos confortando, trazendo amor para nossa alma. Também é normal depararmos com aquela sensação de déjà vu, de já termos vivido ou de ter estado em um determinado local sem nunca termos pisado ou estado ali. O mesmo acontece com a simpatia ou antipatia gratuita com determinadas pessoas. Em outras vidas já nos conhecemos, isso explica a afinidade.

Sim, estamos aqui de passagem, seja ela curta ou longa. A vida é um ciclo, um eterno recomeço. O corpo acaba, mas o espírito permanece e reencarna em outro corpo assim suscetivamente até cumprirmos nossa missão ou simplesmente decidirmos não voltarmos. Mas, como somos seres de luz, repletos de amor, sempre optamos em voltar, mesmo falhando ou cumprindo nossa missão. Pois Deus é tão generoso que nos deu o livre arbítrio de trilharmos nossos caminhos, seja ele certo ou errado. A vida é feita de escolhas e, infelizmente, ainda não aprendemos a distinguir o certo do errado, o bem do mal.

As tentações do dia a dia são tantas que acabamos não resistindo e caímos no pecado, nos perdendo, quando deveríamos apenas semear e distribuir o amor. Não pensem que comigo é diferente. Eu tento, juro que tento, mas me perco em demasia. Mas, tenho tentando, e muito!

Devemos lembrar que a vida física é um presente de Deus e ninguém, a não ser ele, tem o direito de tirar ela de nós. Afinal, ele nos deu a chance amarmos uns aos outros, amar a natureza e o universo. Ele fez nosso espírito, sua semelhança e seus ensinamentos devemos seguir e ensinar o próximo. O dia que realmente aprendermos isso, teremos um mundo melhor, sem fome, sem guerras, sem injustiças e corrupção. - JK

sábado, 28 de abril de 2018

Sim, eu ainda compro cds e daí



Há alguns dias atrás me senti velho mais velho do que já sou e o pior,  totalmente fora do tempo e espaço. Estava na Livraria Saraiva, no Iguatemi, quando ouvi o que uma menina de pouco mais de oito anos disse ao pai: “ – Vamos pai! Quero sair daqui. Comprar cd é coisa de velho. Imagina se meus amigos me veem aqui comprando cd? Tem que baixar da internet! Que mico!”. Inicialmente, ri sozinho, em pensamento e em silêncio, mas depois fiquei pensando o resto do dia no que a menina disse.

E, justo eu que sou saudosista, adoro um cd, um dvd, um livro, um sebo tive que escutar isso. Adoro escutar um cd, nunca escondi, inclusive publico semanalmente aqui dezenas de cds, dvds e livros. Adoro manusear e ler a ficha técnica contida nos encartes, saber quem são os músicos, quem produziu a capa, os arranjos e apreciar as fotos dos meus artistas favoritos. É bem verdade que eu também baixo cds e filmes pela internet, mas só aqueles que não vou ter como comprar, ou por serem importados ou não achar em loja a preços cômodos ou por não ser muito fã do artista e gostar somente de uma música.

Outro fato engraçado que acontece esta semana foi o de eu levar meu note para um amigo fera em informática – já que eu nada entendo -  baixar o Nero, para eu poder gravar cds para escutar no carro. Sim, o aparelho do meu carro não tem entrada para pen-drive. Risos. Ainda é na base do cd e rádio. E, como não quero riscar os cds originais, faço copias para escutar no carro. Acho que sou um um dos únicos gaúchos que ainda escuta cd no carro. Realmente, estou ficando velho e ultrapassado. Mas, fazer o que se não consigo perder este estranho hábito nostálgico de gostar de cds. -JK

domingo, 22 de abril de 2018

Desapego




  Ando preguiçoso para escrever. Ás vezes, isso acontece. Oras escrevo feito um louco, como se precisasse desabafar com o mundo, oras como se fosse salvar uma vida, a minha própria vida. Outras vezes bate uma preguiça, uma vontade de sumir, não postar mais nada, fechar a porta para o mundo. Mas, felizmente, são fases, altos e baixos que a vida nos proporciona. Ou, quem sabe, que nos mesmo nos proporcionamos inconscientemente.

  Atualmente estou nesta fase de baixa. Tenho me concentrado no trabalho, que felizmente, não posso me queixar. Estamos com um movimento razoável, sem contar que amo o que faço. Não ganho muito, mas dá para viver com certo conforto.

  Às vezes penso que este meu desapego as palavras esta na saudade, saudade do meu ex-amor, afinal, foram nove anos convivendo todos finais de semana. Ouso a confessar que sinto saudades do Expresso Caxiense, do fone no ouvido e da expectativa de quem vai sentar do meu lado, se serei recebido de braços abertos na Estação Rodoviária ou mais uma vez pegarei um solitário táxi. Bobagens, apenas bobagens, mas, que me faziam bem. Talvez a saudade de dormir abraçadinho, da companhia no cinema, do jantarzinho feito em casa, estas pequenas coisas que parecem sem valor, mas que são de grande valor estejam me fazendo valor, hoje. Amanhã já não sei, pois mudo muito.

  Pode ser também a saudade da convivência com meus amigos que em Porto Alegre deixei. Divertíamos-nos muito no cinema, em casa vendo dvds, caminhando pelas ruas da capital, brique, sorveterias, cafeterias e, principalmente, na Livraria Saraiva e Cultura, onde ficávamos horas e horas olhando livros, cds e dvds. E é claro, gastando pequenas fortunas. Em casa, aquela overdose de cultura. Devorávamos dvds inteiros de seriados. Um episódio após o outro.

  Talvez a falta de postagens no blog possa ser atribuído ao serviço, afinal, a safra de inverno esta começando. Ando meio lento, travado, mais gordo, acho que é por isso. Ou é a idade, afinal já são mais de 50 anos nas costas.

  Confesso que falo muito, o serviço exige e faz com que eu fale mais, o dobro. Até calos nas cordas vocais ganhei. Estou com a voz meio roupa, mas, nada que um final de semana em casa, quietinho, não recupere. Mas, prometo semana que vem ser mais assíduo neste blog e postar, no mínimo, um texto por mês. - JK

sábado, 21 de abril de 2018

O tempo não para



  Estou impressionado com a rapidez que as horas, os dias, os anos estão passando. Há pouco tinha 18 anos. Quando me deparei comigo mesmo, já estava com 50 anos. Daqui a alguns meses meses, dezembro, 52 anos... E o pior, me sinto como um meninão, como se tivesse, no máximo, 25 anos.

  Olhando um pouco mais para trás, vejo o quanto meus sobrinhos cresceram. A Fernanda, que vi nascer, ajudei a cuidar, já está com 30 anos, formada e namorando. Em breve, casamento! Parece que foi ontem que eu corria para as Americanas, em Porto Alegre, atrás de brinquedos e bonecas, principalmente, da Xuxa.

  O mesmo acontece com o Rodolfo. O guri apaixonado por Legos e carinhos, hoje, também formado, só quer saber trabalho e de mini-séries televisivas. E o pior, eu também. Comprei para ele algumas temporadas de várias, inclusive, eu terminei de assistir a minha favorita, Bates Motel.

  Minha mãe mesmo, que até então não parecia envelhecer, fiquei assustado quando ela disse que já iria fazer 78 anos. Para mim, o tempo não passou para ela. Ela continua linda, jovem e elegante. Notei que os anos passaram de tanto ela reclamar de dor nos braços e em outros lugares. Todos os dias surge uma dor nova. Até então, para mim, ela era uma jovem senhora. Imaginem, então, como eu vou ficar: Jean das Dores. Risos.

  Meu pai parece que foi ontem, mas já fazem 16 anos que ele faleceu. Sou capaz ainda de sentir o seu cheiro no meu quarto ou quando entro no meu apartamento. Ainda sinto-o tão presente. No último finados, quando fui conversar com ele em São Marcos, no cemitério, ainda não acreditava que seu corpo estava lá. Tenho sempre a impressão de que, quando menos espero, vou encontrar com ele em casa ao chegar.

  Eu mesmo, to com uma barriguinha indecente, os cabelos estão ficando ralos, brancos e os pelos das pernas começaram a cair. Pode? Só posso dizer que o tempo não para e a idade não vem sozinha. Mas, assim, é a vida, temos que nos aceitar. - JK

domingo, 15 de abril de 2018

Beleza feminina



Ao contrário dos homens, a maioria das mulheres não está ligada na estética masculina, embora saibam apreciar um corpo bonito. Para elas, o importante é a personalidade, o romantismo e o caráter do companheiro.

Para elas, não importa se homem tem uns quilinhos a mais ou umas ruquinhas a mais. Tudo o que elas querem é carinho, respeito e atenção.

Nós, homens, também deveríamos pensar assim. Afinal, quando escolhemos alguém para dividir nossas vidas, não estamos nos casando somente com um corpo perfeito, mas com uma mulher que vai nos acompanhar para o resto da vida, vai gerar nossos filhos e envelhecer conosco. Ao menos, esta seria a ordem natural, mas, infelizmente, nada é para sempre.

A beleza da juventude passa muito rápido. Num piscar de olhos, já estamos com 40, 50, 60, 70 anos. E quem disse que nestas idades não existe beleza? Vejo inúmeras senhoras, magras e gordinhas, lindas, radiantes, esbanjando beleza e simpatia, muitas vezes, mais que as próprias filhas. E o melhor de tudo, ao contrário das mais jovens, elas sabem o que querem, sabem como se portar e agir diante de qualquer situação, pois o tempo as ensinou.

Mulheres mais velhas trazem no corpo e na alma os aprendizados da vida, a sapiência. Aquelas ruguinhas de expressão nos olhos, na face, também são um charme. São como um sorriso largo te recepcionando ao chegar. E, ao contrário da mulheres, nós homens não ligamos para estrias ou celulites. Ouso a dizer que são gostosuras em braile.

Mulheres, assim como os homens, tem que ser companheiras de cama, mesa e, principalmente, na vida. Tem que ser parceiras para viagens, jogo de futebol, cinema, jantar na casa de amigos ou um simples passeio na loja de ferragens. Sim, nós vamos ao shopping também e até gostamos de fazer algumas compras e de segurar sacolas para as nossas namoradas e esposas.

Então, não namore apenas um corpo perfeito. Namore alguém que te faça feliz e que vai continuar te fazendo feliz até a eternidade. Seja feliz, entregue-se a felicidade de braços abertos e a abrace fortemente e não a largue jamais.

E, lembre-se, a felicidade está em todas as idades e formas. São seus olhos que vão enxergar e refletir a beleza. A beleza não está somente no corpo, mas sim na alma de cada um de nós. Apaixone e encante-se, primeiramente, pela alma. Assim serás feliz! - JK