terça-feira, 30 de março de 2010

Mania de tirar vantagem

 Tudo que eu pensei ser para sempre, hoje eu já não sei mais. Tudo muda, muda rápido demais para acompanhar. E as pessoas que escolhemos para estar ao nosso lado, nem sempre são aquilo que imaginamos, pensamos. Elas se fazem nossas amigas, mas, na primeira oportunidade, nos decepcionam. Somos bons enquanto somos úteis e prestativas para elas.

 Eu mesmo tenho exemplos no meu cotidiano. Colegas de trabalho fingem ser teu amigo, mas, na primeira oportunidade, te dão o bote, tiram vantagem da sua ingenuidade. Infelizmente, este oportunismo não faz parte somente do meu dia-a-dia, mas de muitas pessoas, inclusive, da sua. Sim, de você que esta lendo este texto, este blog neste exato momento. Você já parou para pensar, questionar sobre isso?

 O pior que não são só colegas, também se encaixam parentes e chefes. Sempre ao nosso lado tem alguém querendo tirar vantagem. Que mania deselegante que nos brasileiros temos de querer tirar vantagem em tudo! Exemplos maiores acontecem no trânsito, em uma fila para pagar conta ou ser atendido.

 Na hora de pagar uma conta, quase nunca recebemos o troco certo, sempre falta uma moedinha ou ganhamos uma balinha para completar o troco. Mas, se não tivemos esta moedinha para fechar o valor, não podemos comprar o que almejamos ou embarcar em um ônibus. E, se você tentar dar o dinheiro, mais as balinhas que você recebeu de troco, é linchado, chamado de louco. Mas, nós, temos obrigação de aceitar.

 No trabalho, a situação não é diferente. De uma maneira ou de outra, quase sempre levamos alguma desvantagem. É à hora extra que não veio no contracheque. Você terá folgas, muitas folgas, mas, sempre menor do que deveria ter.

 O salário previsto para o dia cinco que você recebeu dia oito, e em cheque. O dinheiro do vale transporte que você não ganha, pois tem carro. E, se a empresa for pequena, nem carteira assinada você terá. Já seu chefe vai achar que esta prestando um favor para você por ter te empregado. E, horário, você só terá para entrar. Já para sair, somente quando teu chefe resolver dizer que você pode ir embora mesmo depois de ter terminado seu expediente. E o pior, ele vai achar que ainda esta te prestando um favor.

 E, como você não tem carteira assinada, por conseqüência, não terá nenhum benefício posterior. Aposentadoria e invalidez provisória por acidente ou doença, nem pensar. É melhor você morrer, custa menos ao Estado.

 Então, pergunto a você leitor deste blog: até quando nos brasileiros vamos querer tirar vantagens um sobre os outros? Se alguém souber, me responda, por favor. Estou esperando.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Final de semana frustado

Sábado resolvi conhecer o zoológico de Sapucaia do Sul. Até aí, tudo bem, pois me parecia ser um bom programa, diferente. Mas, me enganei, fui um legítimo programa de índio, deixou muito a desejar.


Ao chegar, desembolsei quatro reais de entrada, isso de carro. Achei um bom preço, justo. Já o acesso ao local, deixou a desejar. Estrada de chão mal conservada, cheia de buracos.

Corsa estacionado em uma sombra começo a percorrer, conhecer o zoológico e seus animais. Tudo bem sinalizado, limpo, mas, poucos animais. Que decepção! Um espaço tão grande destinado ao lazer e com poucos animais. Alguns, diria, tristes por não terem uma companheira ou companheiro. Mas, percebe-se que todos estão bem cuidados, alimentados.

Mas, o pior de tudo é chegar a Sapucaia do Sul, a estrada é um verdadeiro campo de obras. Isso sem contar que já está intransitável, principalmente ao se aproximar de Canoas, onde o tráfego de veículos literalmente para, causando enorme congestionamentos, isso em qualquer dia e horário.

Qual será a solução dos nossos governantes para esse eterno congestionamento, principalmente nas proximidades da Praça do Avião, em Canoas? Esta, terá que ser rápida, do contrário, em breve o trânsito irá parar, mais do que já vem acontecendo. É um verdadeiro estresse.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Cantando com a ovelha negra

  No último sábado, dia 13, tive o privilégio de assistir ao show de Rita Lee, em Porto Alegre. Rita cantou quase todos seus principais sucessos, incluindo, músicas da época da tropicália e dos Mutantes.

  Na minha opinião, um show politicamente correto apenas. Músicos afiados e bem sintonizados com Rita Lee. Som impecável e cenário mediano. A voz de Rita Lee, já não é mais a mesma. Um tanto quanto desgastada pelo tempo, afinal já são 65 anos de vida. Rita, em quase todo o show, contou com a ajuda nos vocais. Quando ousou cantar sozinha, mostrou uma voz rouca, cansada.

  A performance no palco também deixou a desejar apesar da simpatia com os gaúchos. Rita conversou muito e contou causos, inclusive, afirmou torcer pelo internacional. Um dos melhores momentos ficou com a imitação de Gal Costa na clássica Baby (Você, precisa saber da gasolina, da margarina...), onde pareceu de peruca preta onde usou e abusou dos gestos e expressões da baiana. De quebra, um medley dos Mutantes e Tropicalismo, de Bat Macumba a Panis et circenses.

  O pior que o último cd e dvd da cantora, intitulado apenas de Multishow ao vivo, já dava uma prévia do que seria o show e do desgaste da voz de Rita. Pena que percebi a tempo, pois teria economizando R$ 75,00. Mas, apesar de esperar mais do show, foi gratificante rever Rita Lee 30 anos depois, afinal, cantei junto seus principais sucessos como: Ovelha Negra, Saúde, Flagra, Erva venenosa, Bwana, Agora só falta você, Lança Perfume, Bem me quer, Doce Vampiro, entre outras.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Festa da Uva

 Acabou a Festa da Uva, um dos maiores eventos de Caxias do Sul e do Brasil. Confesso que há tempos não via uma festa tão sem graça. Ouso dizer que o melhor da festa foi à simpatia e o empenho da rainha e princesas, bem como a participação da comunidade.

 O desfile do corso alegórico deixou a desejar. Foi um dos anos mais simples, sem criatividade, deixou muito a desejar. Não entendo como a comissão da Festa da Uva não fez uma visita à Gramado, aos idealizadores do Natal Luz, para trocar algumas idéias. Vale ressaltar que o Natal Luz é um encanto de evento. Perfeito em todos os sentidos, da decoração aos desfiles.

 Nos pavilhões da Festa da Uva, a dificuldade começa com o acesso. Dez reais, por pessoa, nos finais de semana, é salgado para uma família de classe média ou com renda de um ou dois salários mínimos. Faça o calculo. Em média, uma família é constituída de quatro pessoas: pai, mãe e dois filhos. São R$ 40,00 somente de entrada. Se a família for de carro, mais R$ 10,00 para o estacionamento. Já são R$ 50,00. Uma lembrança aqui, um lanche mais tarde, com certeza, o valor ultrapassara os R$ 100,00.

 Vale ressaltar que a festa oferece degustação de uvas à vontade aos visitantes. A mesma é servida em bandeirinhas de papel e vem lavada e gelada. Uma delícia. Na parte cultural, os shows também agradaram o público. Tinha atrações para todos os gostos. Do sertanejo ao pagode, passando pelo rock e pelas atrações locais e regionais.

 Nos pavilhões, o visitante encontrava de tudo: roupas, bijuterias, artigos de cozinha, enfeites para casa, exposição de ônibus, implementos agrícolas... Tirando o calor excessivo, a exposição e comercialização de produtos estava bem organizada, com preços bons e acessíveis.

 Agora é esperar para a edição de 2012 supere a deste ano em todos os sentidos, pois nosso povo, nossa gente, nossos governantes tem todas as condições para isso. É esperar para conferir!

sexta-feira, 5 de março de 2010

Drogas nunca mais

 Se fosse enumerar todas as gafes e erros que cometi acredito que daria para dar a volta ao mundo. Algumas tomaram proporções enormes, outras, menores.

 Uma delas foi na época em que trabalhava no Jornal Pioneiro. Época de eleições. Era proibido tomarmos partido. Mas, inconseqüente como era, resolvi participar de uma carreata, em prol do candidato Pepe Vargas, isso que nem sou do PT, mas, simpatizava com Vargas e sua esposa, também concorrendo a uma vaga no Legislativo.

 Até aí tudo bem, pois tinha certeza que ninguém iria descobrir, sem contar que estava indo de encontro aos meus ideais. Mas, para minha surpresa, fui filmado, sem perceber, pela RBS TV. Na edição de segunda, lá estava eu, bem belo e faceiro, acenando a bandeira do PT. Resultado, uma advertência no trabalho. Na época, recordo, ainda não era formado, o que complicou um pouco mais. Levei aquele pito do editor-chefe.

 Retornando mais ainda ao passado, em São Marcos, dia da coroação da minha irmã. Ela seria a nova rainha do Clube Grêmio Americano. Mãe e irmã no cabeleireiro e pai tomando uma cervejinha no barzinho. Eu, em casa, brincando de massa de vidro. Por um descuido, atravesso a janela com a mão direita. Resultado: todos os tendões da mão direita cortados.

 O susto em ver os tendões para fora, me fez correr até o hospital. Era sábado. Apenas um médico de plantão. Lá fui eu para sala de cirurgia, sozinho. Cerca de quatro horas de cirurgia, lá fui eu para casa com o braço engessado e os tendões costurados. Família quando chegou ficou louca. Mas, tudo acabou bem e, pro incrível que pareça, acabei indo a coroação à noite.

 Anos mais tarde, tive que refazer a cirurgia, pois tava perdendo os movimentos da mão. No sábado, dois dias antes de fazer a nova cirurgia, Andréa, Nani e eu fomos a uma festa no Clube Juvenil. Tomamos todas. De quebra, alguns moradores de apetite para dar mais ânimo.

 Recordo que fiquei o domingo todo errado. Batia e derrubava tudo. Não conseguia nem falar direito. E o pior, dia seguinte cirurgia. Mas, tinha certeza de que estaria bem. E de fato acordei me sentindo melhor. Mas, na hora da anestesia local, nada de pegar.

 Sentia os médicos mexerem na minha mão e muita dor. Tiveram que fazer anestesia geral e acabei tendo uma parada cardíaca. Quase fiquei na mesa de cirurgia. Fui trazido de volta graças ao ressuscitador.

 Passado o susto, jurei nunca mais beber – tanto -, ou me drogar. Daquele dia em dia em diante, mudei minha vida, fiquei um pouco mais saudável. Precisei de um susto para cair na real. Hoje, sou a pessoa mais careta que existe na fase da terra, mas, não recrimino nada. Todos temos que aprender com nossos próprios tropeços.

terça-feira, 2 de março de 2010

Paciência

  Paciência nunca foi meu forte, quem me conhece sabe disso. Estouro feito um rojão. Se estou errado, peço desculpas, mas se estou certo, o orgulho fala mais alto. Não falo com a pessoa, a não ser o essencial, até ela pedir desculpas. Sem sombra de dúvida, um defeito meu ainda ser corrigido. Juro que tenho tentando contar até dez, mas, nem sempre consigo.

  Segunda-feira mesmo, minha mãe voltou da praia. A primeira coisa que disse antes de dizer: to com saudades foi: “nossa como você está gordo. Precisa emagrecer”. Mordi a língua para não falar nada, dar o contra ataque. Apenas fechei-me em meu mundinho, fui deitar. Nem as novidades da praia quis saber. Eu sei que estou gordinho, ninguém precisa me dizer. Tenho espelho. E, se achou, tenha educação e guarde o comentário para si mesmo.

  Outro dia mesmo, andando pelas ruas de Caxias do Sul, encontrei uma velha conhecida de minha mãe. Ao me ver, perguntou da mãe, da Fernanda, da minha irmã e, para finalizar, como eu estava gordo. Não resisti. Quando vi, já havia lhe dito: “tava olhando para a senhora, como você envelheceu. Nem parece que a senhora tem a mesma idade da minha mãe. Desculpe dizer, mas o tempo não lhe fez bem”. A mulher ficou vermelha, virou as costas e foi embora. Nem tchau me deu. Risos.

  Fato parecido aconteceu com outra amiga da minha mãe. Só que desta vez, ao comentar que estou gordo, não resisti e perguntei se ela estava grávida. A mulher queria me comer, avançar. Só sei que a vingança é doce. Risos. Sempre digo: “quem fala o que quer, ouve o que não quer”.

  A única coisa que sei é que cheguei ao meu limite de peso. Roliços 90 quilos. Realmente preciso fechar a boca e emagrecer. Talvez assim as pessoas parem de me chamar de gordo.

  Nada melhor do que começar a dieta numa segunda-feira. O café da manhã foi uma xícara de café com leite com duas fatias de pão torrado. Já o almoço, que é o perigo, afinal, duas semanas sem comida de mãe, estou faminto por sua modinha. Só sei que será arroz, feijão e bife. Precisa mais do que isso?

  De tarde, uma fruta e de noite, só uma sanduíche. Vamos ver se da próxima vez que escrever algo sobre peso, já estou com 85 quilos.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Na platéia do Trem Azul

  Não é porque Elis Regina morreu, mas, sem sombra de dúvida, Trem Azul foi um dos melhores shows que já vi ao longo dos meus 40 e poucos anos. Um show impecável apesar de pouca gente.

  Recordo que, como era estudante, comprei o ingresso mais barato, nas arquibancadas, afinal, adorava e adoro Elis Regina. Vida de estudante sabe como é, dinheiro sempre contado.

  Como o Gigantinho é grande, pensei que não ia ver o show direito. Mas, me enganei. Cheguei cedo, três horas de antecedência. O show era às 21h. Escolhi o melhor lugar das arquibancadas, onde poderia ver melhor minha diva.

  Para minha surpresa, o Gigantinho não lotou. Pouquíssimas pessoas foram ver Elis Regina. Acredito que não havia mais que cinco mil pessoas, sendo que o espaço deve ser para umas 12 mil.

  O show começou quase no horário com Elis mostrando para o que veio. Com “Aprendendo a jogar” ela levantou a platéia já no início do show e a fez o público cantar e dançar junto. Foi divino. O mesmo aconteceu com “Alô, alô Marciano” e “O medo de amar é o medo de ser livre”.

  Não recordo se foi nesta hora ou depois de “Trem Azul” que Elis, muito simpática, parou o show e convidou todos para se aproximarem, chegarem mais perto, virem para pista, pois havia muito lugar vago ali na frente. Uma emoção tomou conta de mim, afinal, ia ficar pertinho de Elis. Com a medida, Elis agradou a todos e o show ficou mais aconchegante, intimista.

  E, foi bem nesta parte que Elis encantou e empolgou ao cantar “Se eu quiser falar com Deus”, “Flora, “Valsa de Eurídice”, “Canção da América” e “Me deixas louca”, estas duas últimas de arrepiar. Só de lembrar, os pelos dos meus braços se ouriçam.

  Talvez, “Me deixas louca”, “Canção da América” e “Se eu quiser falar com Deus”, tenham sido os momentos mais marcantes junto com “Maria, Maria”, onde Elis pos a platéia abaixo, ao delírio, êxtase. Sua dançinha, performa-se no palco foi magistral. A partir destes momentos que entendi o significado de um dos seus muitos apelidos: “heliscóptero” e “pimentinha”.

  Dando seqüência, Elis contagiou com os sambas “Sai dessa”, “Aqui é o país do futebol”, seguido por um pot-pourri fantástico, onde inovou e misturou músicas super conhecidas de outras interpretes como “Amante a moda antiga”, Começar de novo”, Menino do Rio” e “Lança perfume”, com temas de aberturas de programas da Rede Globo, como o da novela “Baila Comigo”, Fantástico”, Os Trapalhões”, entre outros. Foi perfeito, sublime!

  O que me chamou a atenção era o improviso de Elis Regina. Os músicos deviam passar trabalho com ela, principalmente o baterista. Sua voz alcançava altos e baixos em segundos. Os vocalizes eram fantásticos, perfeitos, principalmente em “Aprendendo a jogar”, “Trem azul”, “Caxangá” e “o que foi feito de Vera”. Vale ressaltar a afinação. Não é necessário nem comentar.

  Resumindo: o show foi perfeito, irreal, excepcional. Não me arrependo de ter contado os trocos e ficado um mês sem ir a festas para poder assistir ao show. Pena na época, anos 80, não ter máquina digital para ter registrado este momento único, ímpar, mas, que esta bem guardados em minha memória.