sábado, 23 de outubro de 2010

Brejeirice e samba

  Sou apaixonado por música. Quem acompanho meu blog já deve saber. Seguido escrevo um texto sobre música. Desta vez, não será diferente. Acabei de adquirir dois cds que merecem ser comentados.
  
 Primeiro, antes de tudo, vale ressaltar que sou apaixonado por vozes femininas. Então, nada mais justo do que começar com ela, Vanessa da Mata. Ela acaba de lançar “Bicicletas, bolos e outras alegrias”, pela Sony. A poesia apaixonado e brejeira desta mineira de 34 anos passeia por todas as 12 faixas do cd, o quinto de sua carreira.
  
 A primeira faixa, “O tal casal”, tem tudo para tocar nas rádios e se tornar o primeiro sucesso deste disco. De letra romântica e versos simples, como diz o próprio título, a música fala de um casal apaixonado. E o romantismo persiste em canções como “Te amo”, “Vê se fica bem” e “As palavras”. 
  
 O humor e o deboche de Vanessa aparece em “Fiu Fiu”, onde ela anda de jeans apertado e leva uma cantada ao passar na frente de uma construção. Em “Bolsa de grife”, Vanessa faz uma crítica divertida e psicodélica ao consumismo. Mas, talvez a melhor faixa seja a que dá nome ao disco, onde a brejeirice da mineira esbanja simpatia em um ritmo quente e envolvente.
  
 A surpresa fica por conta do novo trabalho de Marcelo D2, “Canta Bezerra da Silva”, samba puro e malandragem contagiante, de rua. Ouvi-lo cantar melodias, em vez da usual poesia falada do rap, é o primeiro impacto do disco.
  
 Tratando-se de Marcelo D2, a maconha não podia ficar de fora. Está presente em faixas como “A semente” (Eu conheço aquele mato chefia...) e “Malandragem dá um tempo” (Vou apertar, mas não vou aceder agora...).

  O humor também está presente nas faixas “Minha sogra parece um sapatão” (... ela bebe cachaça e fuma charuto, tem bigode e cabelo no peito...) e “Quem usa antena é televisão” (... o Chicão voltava da gafieira e flagrou um esperto no seu barracão...), hilárias e suingadas. Destaque também para “Malandro Rife” e “Pega eu”. Um disco para dançar e cantar do início ao fim.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Feriado feliz

 Às vezes a vida pode nos surpreender, mesmo quando já não acreditamos que isso possa acontecer. Pois foi justamente isso que aconteceu no feriado de 12 de setembro.

 Ao chegar a Porto Alegre, deparei-me com uma pessoa que eu não conhecia: carinhosa, romântica, atenciosa, prestativa. Confesso que estranhei, e muito. Cada palavra, cada gesto de carinho não pareciam vir da pessoa com que convivo há seis anos, pois nos últimos anos, ela tem sido tão desligada, relapsa, ausente, grossa mesmo em outras palavras.

 Confesso que foi a melhor coisa que me aconteceu nos últimos meses, pois já andava cansado de tanta patada, inclusive, estava disposto a terminar meu relacionamento, pois haja paciência. O pior que aqui em casa todos tem certeza de que tenho o gênio ruim, mas, neste caso, o genioso não sou eu, é ela.

 Depois do desabafo, continuemos com a surpresa do feriado. Vocês acreditam que até café ganhei, com direito a pão fresquinho, coisa que adoro. Me senti um rei, sendo bajulado, afinal, um carinho extra não faz mal a ninguém. E a comidinha então, uma delícia. Às vezes ela erra no tempero, mas, mesmo assim, não chega a ser ruim.

 Mas, o melhor de tudo, foi o cafuné com direito a filmes em dvd. Subi aos céus, pois há tempos não recebia um carinho que não fosse na mão cortada. E, os afagos não pararam por aí, continuaram na hora de dormir, acordar. Parecia um sonho. Até presente ganhei de Dia das Crianças: dois cds.

 O que mais um homem pode querer senão um carinho da pessoa amada. É nestas horas que descubro que um carinho não faz mal a ninguém, pelo contrário, nos torna feliz, neste caso, meu feriado feliz. Agora é aguardar e torcer que a dobradinha se repita neste final de semana.