sábado, 27 de fevereiro de 2010

Reis e rainhas

  Sempre me perguntava o motivo de alguns cantores ganharem o título de rei ou rainha do pop, da MPB. Por anos, esta pergunta me perseguiu.

  Roberto Carlos descobri quando fui ao seu show, anos atrás, aqui em Caxias do Sul. Era um presente de aniversário para minha mãe. Fomos eu e minha irmã juntos, mas, confesso que quem mais gostou, fui eu. Naquele instante percebi o motivo dele ser denominado Rei.

  Foi um show perfeito. Lá estavam seus principais sucessos, uma orquestra fantástica, um carisma inigualável. Em determinado momento, cheguei a chorar. Roberto cantou Nossa Senhora. O cenário, milhões de estrelas e, no telão, a imagem de Nossa Senhora. Só faltei gritar como as fãs mais histéricas.

  E, por citar Roberto Carlos, atualmente estou lendo: Roberto Carlos em detalhes, de Paulo César de Araújo. O livro aborda sua vida, sua trajetória, seus amores e sucessos.

  Neste descubro que não foi nada fácil a trajetória do Rei ao sucesso, assim como a confirmação de que ele tem realmente uma prótese mecânica. Sua perna direita foi imprensada sob as rodas de mental de uma locomotiva a vapor, senso amputada entre o terço médio e o superior da canela, pouco abaixo do joelho.

  O fato aconteceu em sua cidade natal, Cachoeiro do Itapemirim. O acidente ocorreu no dia 29 de julho de 1947. O momento trágico foi retratado nas canções O Divã (Relembro bem a festa, o apito, e na multidão um grito, o sangue no linho branco...) e Traumas (delírio da febre que ardia, no meu pequeno corpo que sofria, sem nada entender...).
  O mesmo aconteceu com a rainha do pop, Madonna. Só depois de assistir ao seu show mega show na Argentina foi que concordei com o título. O show foi perfeito em todos os detalhes: cenário, luzes, bailarinos... Apenas a voz da cantora, deixa há desejar um pouco, mas no meio de toda aquela multidão e da parnafenalia eletrônica, não tenho queixas. Foi um dos melhores shows que assisti. Recordo que cantei e dancei junto com Madonna todas as músicas.
  Outros como Elvis Presley e Michael Jackson, não tive o privilegio de ver suas apresentações ao vivo, apenas em dvd. E vendo aos dvs, hoje sei o motivo de receberem os respectivos títulos de rei do rock e rei do pop.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Um conto diferente de amor

 Neste carnaval, andando sem rumo pelas ruas de Porto Alegre, com medo das pessoas que possam a ter medo de mim – sim, to queimando óleo -, eis que nas esquinas das ruas Monsenhor Veras e Santana, percebo que estou sendo seguido. Ruas desertas, assustado, acelero o passo em direção ao centro. De vez em quando, disfarçadamente, espio para trás, e percebo que continuo sendo seguido.

 Para disfarçar, entro em uma padaria e compro um picolé de abacaxi. Me enrolo um pouco na panificadora e, como não vi ninguém por perto, continuo meu passeio ao Centro tranquilamente. Já nas ruas Santana com Princesa Isabel, descubro que estou sendo seguido de novo. Um suor escorre pela minha testa e o calor toma conta do meu corpo. Pudera, os termômetros registram 34 graus, é meio-dia, um calor insuportável e nenhum ventinho. Folhas das arvores todas estaquiadas, paradas.

 Acelero o passo e, desta vez, entro em uma fruteira. Minha garganta esta seca continuo suando frio. Por um momento, meu pensamento vagueia e lembro de um comercial antigo de refrigerantes de limão. Segurei meu impulso para não pedir uma porção de amendoins torradinhos bem salgados. Pedi água com gás. Tomo tudo em quatro goles. Para minha infelicidade, a água esta quente com pouco gás. Arghs!

 Espio e percebo que estou sozinho novamente. Dou continuidade ao meu passeio sem ninguém me perseguindo. Na Borges de Medeiros, entro em todos os sebos, os quatros, a procura de cds antigos e velhos livros de biografias. Sinto que estou sendo observado de novo. Não compro nada. Não achei, para minha sorte, pois estou com dinheiro contado até dia cinco quando recebo.

 Na Borges com a Rua da Praia, o inevitável aconteceu. O desconhecido me alcançou. Segurou minha mão forte, impedindo que eu fugisse. Deu um sorriso amigo, embora amarelo.
 O estranho nada falou, apenas fitava-me nos olhos. Era constrangedor, mas, ao mesmo excitante. Um calor indescritível tomou conta de mim. Quando percebo, estava excitado. Tentei disfarçar, colocando as mãos dentro de um dos bolsos e baixando os olhos para meu sapato. Mas, a situação ficou pior, constrangedora.

 Meu corpo ardia, implorava para fazer amor. Queria aquelas mãos em todo no meu corpo pulsante. Era como se a gente se conhecesse há muito tempo, difícil explicar, mas, formidável de sentir. Meus poros pareciam que iam explodir de tanto prazer e êxtase que sentia.

 Foi então que, fitando mais atento dentro de seus olhos, de uma cor que não sei explicar, apenas que eram, são lindos, me entrego aquele sentimento louco que aflora em todo meu ser. Me sinto mais homem, másculo, criança, charmoso, viril,... Então, percebo que estou apaixonado de novo, desta vez, pela vida, pelo desconhecido, pelo conhecido que me assombra e apavora, mas, que fascina, enebria, entontece, queima e arde. O estranho nada mais era que o amor que aflora em meu peito.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Carnaval, cinema e biografias

  Pois é, andei meio ausente por uns dias. Carnaval sabe como é! Isso que já tinha deixado dois textos prontos para postar, mas, acabei indo viajar é acabei esquecendo de salvar. Mas, acredito que ninguém tenha acessado meu blog ou sentindo minha falta. Me perdoem se do contrário!
  Neste feriado prolongado de carnaval, aproveitei para descansar, curtir velhos amigos, ir ao cinema e ler muito. Aliás, ando numa fase leitura o que me deixa alegre, pois são conhecimentos que estamos adquirindo.

  Estou apaixonado por biografias. Hoje mesmo terminei de ler “Apenas uma garotinha - A história de Cássia Eller”, escrita por Ana Claudia Landi e Eduardo Belo. Sem sombra de dúvida uma bela e singela homenagem a cantora falecida de uma parada cardiorrespiratória, no dia 29 de dezembro de 2001.

  Levei apenas dois dias para ler a as 296 páginas que falam da vida de Cássia Eller, embora, ache que o livro não revelou muitas coisas novas, deixou um pouco a desejar. Na minha opinião, faltou os autores se aprofundarem mais na vida de Cássia Eller. Mas, vale ressaltar que o livro é bem escrito, não um apanhado de dados soltos e vazios como a biografia de Amy Winehouse, escrita por Chas Newkey-Burden. O livro nada mais é que um punhado de textos e crônicas publicados por jornais ingleses e americanos sobre os inúmeros escândalos da nova diva. Até a ortografia, a linguagem do livro também deixam a desejar.

  Exemplos de biografias brasileiras bem escritas, bem apuradas, sem sombra de dúvida, são as escritas por Regina Echeverria, entre elas: “Furação Elis” que relata a trajetória da saudosa cantora gaúcha Elis Regina e “Só as mães são felizes”, um depoimento da mãe de Cazuza, Lucinha Araújo a excelente a jornalista. Sem sombra de dúvida, um fiel retrato de um dos maiores compositores e cantores jovens de todos os tempos. Ainda este ano, Echeverria deve lançar a aguardada biografia de Maria Bethânia.

  Ruy Castro também escreveu a excelente biografia de Carmem Miranda, a pequeninha notável intitulada apenas de “Carmem”. Aproveitando o sucesso da mini série Dalva e Herivelto, vale a pena conferir “Minhas duas Estrelas, Uma vida com meus pais Dalva de Oliveira e Herivelto Martins”. O livro é mais completo, traz mais detalhes desta que foi uma das maiores estrelas da MPB escrita pelo próprio filho Pery Ribeiro e Ana Duarte.

  Ainda dentro das adaptações para mini séries, destaco “Maysa, só numa multidão de amores”, escrita por Lira Neto. Muito bem escrita e envolvente. Nesta, descobrimos a vida de personalidade forte e marcante que foi a interprete e cantora Maysa. Ousada para sua época. E, das biografias recentes, saliento “Elza Soares, cantando para enlouquecer”, de José Louzeiro. Encantadora!

  E, ainda faltam ler as biografias de “Freddie Mercury, Memórias do homem que o conhecia melhor”, de Peter Freestone e David Evans; “Diana, crônicas íntimas”, de Tina Brown; “Brando, Canções que minha mãe me ensinou”, do próprio Marlon Brando e Robert Lindsey; “As Rainhas do Rádio”, de Maria Luisa Rinaldi Hupfer; “A vida com minha irmã Madonna”, de Cristopher Ciccone e; “Nem vem que não tem a vida e o veneno de Wilson Simonal”, de Ricardo Alexandre. Como podem ver, o carnaval acabou, mas minha folia cultural e biográfica não.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Estresse praiano

  Confesso que sou apaixonado pela família. Sou fã número um deles, mas, tem horas que ninguém merece. Esta semana mesmo, minha mãe conseguiu, mais uma vez, me tirar do sério.

  O motivo: eu não querer ir mais para praia. Tudo bem que já havíamos combinado com antecedência, mas, o que eu não esperava é que minha filhada fosse levar as amigas para passar o carnaval na praia também. Ninguém merece uma casa cheia de adolescentes dormindo todo o dia e saindo apenas a noite para as baladas.

  Minha desistência acabou num estresse fenomenal. Parecia mais uma tragédia grega. Ninguém merece! Tive que ouvir que não gosto da família, que faço questão de não estar junto e outras lamentações. Mas, o que minha mãe não sabe, ou faz de conta que não sabe, é que eu estava empolgado para ir à praia, afinal fazem mais de oito anos que não vou à Rainha do Mar. Inclusive, já havia comentado com minhas colegas de trabalho que ia passar o carnaval na praia e, que íamos nos encontrar em Capão da Canoa e Imbé para uma cervejada. Até provas dos compromissos tenho no Orkut.

  E, o pior, tive que ouvir que: como ela me conhece bem – pensa que me conhece -, sabia que eu estava aprontado alguma coisa aqui em Caxias do Sul. Que iria sair com alguém! Pode?

  Se realmente me conhecesse, veria a mancada que cometeu. Justo eu que sou uma anta por completo, devagar quase parando. Sei que estou solteiro, mas isso não impede que eu seja fiel aos meus princípios. Para ser ter uma idéia, fiquei com a mesma pessoa por cinco anos. Nunca a trai. Não vejo necessidade de voltar a ser galinha justamente agora no carnaval.
  Meus planos para o carnaval são casa, e, no máximo, um abraço em um amigo que adoro muito que esta de aniversário dia 13. Mas, pelo pouco que o conheço, nem vai ter festa. Sem contar que, como voltei agora de férias, estou contando os trocos. Dinheiro não tenho nem para ir até esquina, quanto mais sair viajar com alguém.

  Volto a dizer, família é bom, mas, às vezes cansa, estressa. Não me meto na vida de ninguém, quanto mais na de minha família. Então, nada mais justo de que não se metam na minha vida, afinal tenho mais de quarenta anos. Mereço um mínimo de respeito, consideração. Então, dona Helena, se flagra e cuide mais da tua vida e me deixe viver a minha. Para de bancar a sabichona e pensar que sabe de tudo. A idade pode trazer sapiência, mas é para ser usada com mestria, não por impulso.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Feliz sozinho

Quem foi que disse que é impossível ser feliz sozinho? É possível ser feliz sozinho sim, afirmo.

Confesso que estou pra lá de contente. Meu mundinho está mais que perfeito. Não tenho compromisso a não ser com meu trabalho. Posso ir e vir aonde eu bem entender sem precisar dar explicações. Isso tem me feito feliz.

Ouso dizer que meu coração já não apanha, bate feliz, embora seja exagero meu dizer que estava triste. Ninguém morre de amor, por isso eu não morri. Pelo contrário, estou mais sólido que uma rocha, diria um tanto quanto volumoso com os quilinhos que ganhei. Mas, a balança que me espere. Me aguardem!

Estes dias de solidão, me trouxeram um novo mundo, uma vida nova. Estou encantado e fascinado. Tenho aproveitado a companhia da família, revendo amigos que deixei de lado e, principalmente, assistido a muitos filmes em dvd e cinema, curtido meu livros e cds.

Descubro que eu sou o meu melhor amigo, melhor parceiro. Estou sempre pronto para tudo e respeito quando quero ficar sozinho. Engraçada esta frase, mas é a mais pura verdade. Respeito quando quero ficar só, quieto. Meu próximo relacionamento terá que ser com alguém como eu.

Com isso, não quero dizer que meus relacionamentos tenham sido ruins, pelo contrário, foram excelentes, infinitos enquanto duraram. Cada um teve seu começo, meio e fim. Não guardo magoas. Estas foram deletadas. Apenas os bons momentos ficaram. Digo até que me dou bem com todas as ex. Nem teria motivo para ser o contrário.

E, por incrível que pareça, não estou tão acabado como eu pensava. Não é que a vida tem sido generosa comigo, até ganhei duas fãs. Ainda estamos nos conhecendo. Telefonemas, msn, sugestão de filmes... Se não fosse minha insegurança, talvez já estivesse enamorado outra vez.

Sou muito inseguro. Não me acho bonito, pelo contrário, sem contar que geralmente me interesso por pessoas mais afortunadas que eu. Isto me deixa mais inseguro ainda. Fico com medo, receio de conhecer a pessoa. Talvez isso passe um dia, mas, por enquanto, não sei lidar com esta situação. Morro de medo de me apaixonar e vir a sofrer.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Esquecido, eu!?

  Não pensei que meu blog tivesse tantos leitores. Conversado com algumas pessoas, descubro que inúmeras já leram alguns textos ou todos. Como quase ninguém deixa um comentário, pensei que só tinha quatro leitores, os meus fieis seguidores: Márcia, André, Nina e Ivan.

  Nestas conversas, virtuais ou não, muitas coisas me foram cobradas. Pra variar, esqueci alguns nomes de pessoas virtuais que admiro. Também esqueci alguns nomes de pessoas que tenho o maior carinho por não estarem tão presentes hoje em meu cotidiano, mas que tenho o mais carinho. São elas: Marilise, Vanessa, Odete, Luis, Carlos, Paulo, Júlio entre outros. Espero desta vez não ter esquecido de ninguém. Mas, com certeza, esqueci. Risos. Perdão desde já!

  E, por falar em distração, acho que sou a pessoa mais distraída, estabanada da fase da terra. Consigo esquecer nomes, datas, compromissos, quebrar e derrubar tudo, quando não caio sozinho. A perna esquerda costuma falhar e chão ai vou eu. Quem vê eu caindo não entende nada.

  Quando encontro alguém na rua, evito chamar pelo nome, pois, com certeza, vou errar. Recordo de uma atendente de confeitaria que errei seu nome por mais de um ano. Ela era um doce como a doceria em que trabalhava. Só descobri que não era Vera seu nome devido ela ter me questionado. Na verdade, seu nome era Márcia. Daquele dia em diante passei a chamar ela de Vera Márcia. Risos!

  Mas, engano maior foi no dia de entrevistar a primeira dama de Caxias do Sul, Vera Vânin. Na hora de chamar seu nome, disse Neusa Collares, então primeira dama do Estado. Ela ficou louca. Não entendi, afinal as duas eram loiras e primeiras-damas. Risos.  

Talvez meu pior esquecimento tenha acontecido em Porto Alegre. Eu e Fernanda, minha namorada na época, fomos ao Ocidente dançar. Uma certa hora, cansado, resolvi ir embora. Até aí, tudo bem!

  Fui para casa, tomei banho e fui dormir. Lá pelas 4h, a campainha começou a tocar desesperadamente. Fui atender. Para minha surpresa, era a Fernanda. Fui pra casa e esqueci dela na danceteria. Risos. O esquecimento resultou num tapa na cara e uma vermelhidão medonha nos dias seguintes.

  Este ano, fui convidado duas vezes consecutivas para um jantar na casa de um amigo. E não é que consegui esquecer. Nem preciso dizer que ele ficou “P” da vida comigo. Com justa causa né! Não tiro a razão dele.

  O engraçado, é que preciso comprar um agenda 2010 e vivo esquecendo. Nunca me lembro de comprar. Enquanto isso sigo minha vida, esquecendo de tudo, às vezes até de mim.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Calor infernal


  Confesso que há tempos não sentia tanto calor. Os últimos dias tem sido sufocantes, temperaturas beirando os 40 graus. Assustador para quem mora na serra gaúcha, afinal não estamos acostumados com tanto calor. Afinal, nossas temperaturas são bem mais baixas que nas demais cidades do pais. No inverno chegamos a graus negativos.

  Em Caxias do Sul, esta semana, os termômetros tem registrado a média de 37 graus, mas a sensação térmica ultrapassa aos 40 graus. Somente com ar-condicionado e ventilador para agüentar. Eu mesmo saio do banho já suado. Tenho a impressão de estar sempre melado, sujo. No mínimo, três banhos por dia.

  É nestas horas que queria morar em uma cidade praieira, onde tem brisa e um mar azul te esperando para um refrescante banho. Mas, não qualquer cidade praieira, mas, sim Florianópolis, Rio de Janeiro, Salvador ou Maceió, cidades de belezas ímpar.

  Florianópolis me encanta não só por suas belezas naturais, mas por suas praias de águas límpidas e quentes, além das edificações modernas e arrojadas. Já o Rio de Janeiro, é um pedaço do paraíso aqui na Terra. Deus foi generoso quando criou seus encantos e belezas. É lindo observar os morros contornado suas águas cristalinas. E o melhor de tudo, ter o Cristo Redentor de braços abertos zelando por você. Vale ressaltar aqui a beleza dourada das cariocas, sua gente amiga e receptiva.

  Salvador me encanta por sua religiosidade, seus prédios antigos contratando com os contemporâneos. Suas ladeiras que traduzem nosso passado, revelando uma cultura trazida da África, sem contar a beleza negra, que me encanta e fascina. E, por fim, Maceió, suas praias de águas rasas, suas jangadas, sua cultura e culinária saborosa oriunda do mar.

  Mas, apesar de tudo, ainda amo Caxias do Sul, cidade que me acolheu carinhosamente anos atrás. Adoro seu clima frio e úmido, sua gastronomia e seu povo. Ouso dizer que daqui não saio tão cedo. Só espero que esta onda de calor termine logo. Do contrário, posso derreter e mudar de idéia.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Primeiro beijo

  O primeiro beijo a gente nunca esquece. Ao menos eu não esqueci. Ainda lembro como se fosse hoje. Aconteceu em São Marcos, durante uma sessão de cinema no saudoso Cine Ypiranga. O filme em questão era Lagoa Azul. A escolha, não podia ter sido melhor, pois assim como nós, o filme era ingênuo e puro, hoje em dia, diria bobo, levinho.

  Brooke Shields estava no auge da beleza, da fama. A garota que eu gostava, não ficava atrás. Até seu nome era de anjo: Angélica. Lembro que suava frio durante a exibição do filme. Bala jujuba na boca e a esperança de segurar sua mão, fato que só aconteceu lá pela metade do filme.

  Recordo que foi a glória, o ápice do nervosismo misturado com prazer. Mas, o melhor aconteceu na hora levar Angélica para casa. Na hora da despedida, entre as escadas do prédio, o primeiro beijo. Não durou muito, acho que menos de um minuto, mas, tempo suficiente para me deixar louco, mais apaixonado. O beijo deu início ao namorinho de infância, o primeiro e grande amor. Este, nunca esquecido. Vale lembrar que eu tinha 14 anos.

  Não muito tempo depois, aconteceu à primeira relação sexual. Foi uma espécie de transa coletiva. Éramos uns seis. Ansiosos para deixarmos de sermos virgens, tiramos par ou ímpar para ver quem seria o primeiro a pegar a Rosane, uma jovem diarista de 19 anos. O primeiro foi o Rogério, já eu, o penúltimo.

  Como nada sabíamos, a transa não foi das melhores. Foi um ato meio mecânico, animal. Sem contar que foi voyeur, estranho, mas excitante. Tudo que queríamos era perdermos a virgindade para poder nos vangloriar depois.
  Depois deste dia, não parei mais. Assim como na primeira vez, o cenário de nossas transas era sempre a Praça Municipal. Nossas parceiras, sempre foram nossas diaristas. Durante três anos, no mínimo duas vezes por semana, lá estávamos nós, felizes, na praça. Dali para frente, a turminha se separou. Cada um foi para seu lado e perdemos contato com nossas diaristas.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Amor e música



Às vezes acho que nasci na época errada, ou em outra encarnação vivi fatos que marcaram minha vida, meu subconsciente. Sou apaixonado por músicas dos anos 40 e 50. Ouso dizer que a melhor fase musical foi dos anos 40 aos 80.

Neste período surgiram verdadeiras divas como: Billie Holliday, Ella Fitzgerald, Peggy Lee, Shirley Basey, Lisa Minelli, Dionne Wararwick, Maria Bethânia, entre outras. Mulheres de personalidade forte, de presença cênica de palco, interpretações marcantes que souberam transmitir através das suas canções, seus sentimentos íntimos, dividindo sua dor e alegria com milhões de pessoas.

Sou apaixonado por vozes femininas. As mulheres não tem vergonha de transmitir o que sentem quando estão interpretando, ao contrário dos homens que são mais contidos. Elas arrasam no palco, arrancam suspiros de suas platéias. São sexy, mesmo as mais tímidas, contidas.

Mas, vale destacar aqui os grandes compositores que fizeram para estas mulheres letras belíssimas, arranjos grandiosos. Talvez um dos compositores que mais me identifique seja o gaúcho Lupicínio Rodrigues seguido pelo carioca Noel Rosa.

Lupícinio conseguiu traduzir com mestria seus sentimentos para suas canções que tornaram-se verdadeiros hinos nas interpretações de grandes artistas, principalmente, na de grandes mulheres. Suas letras, na maioria, falam de amores sofridos, não correspondidos, traições...

Quem não conhece os clássicos: Nunca (... nem que o mundo cai sobre mim, nem se Deus mandar, nem mesmo assim, as pazes contigo eu farei...), Vingança (... você há de rolar como as pedras, que rolam na estrada, sem ter nunca um cantinho de seu, pra poder descansar) e Volta (... mas volta, vem viver outra vez a meu lado, não consigo dormir sem teu braço, pois meu corpo está acostumado). Recordo, inclusive, que na época da faculdade fiz um trabalho sobre a vida de Lupicínio e ganhei nota máxima.

Hoje mesmo, passei o dia ouvindo Billie, Bethânia, Bassey, alternando com os songbook de Noel e coletâneas de Lupicínio. Confesso que isso me acalma, transmite uma paz incrível e me faz refletir sobre a vida. Aliás, quase sempre escutando música. Às vezes acho que só sei viver de amor e música.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Dormindo na 24 de maio

Não sou vagabundo, não sou andarilho, mas, confesso que já dormi na praça. E o pior, não foi uma ou dias vezes, foram mais. Que eu recorde foram quatro.

Jovem, sabe como é, tomava todas e não conseguia chegar em casa a pé. Dinheiro para táxi, não tinha, pois havia gasto tudo em trago. Vale lembrar que na época, não tinha carro. Ele veio surgir anos depois.

Meu bar e danceteria favorita, nos saudosos anos 80, era o Porto de Elis, localizado no bairro Petrópolis, em Porto Alegre. Lá me sentia em casa, conhecia todos, até fiado eu tinha, a final todo final de semana eu batia ponto. Adorava o som, a decoração e, é lógico, as bebidinhas preparados pela casa, sem contar os donos que eram amigos do peito. Porto de Elis ficava longe de minha casa, ia de lotação e voltava a pé.

Uma vez, na volta, não consegui chegar em casa e dormi na frente do antigo Cinema Avenida, meia quadra de minha casa, bairro Cidade Baixa. Morava na Venâncio Aires, entre a Lima e Silva e a João Pessoa. Estava tão bêbado que não consegui saber direito onde eu estava. Só recordo que acordei de manhã com o sol batendo em minha cara e com algumas moedinhas no chão. Algumas pessoas de bom coração, vendo meu estado deplorável, deixaram umas moedinhas para eu comer algo quando acordasse. O valor, por incrível que pareça deu para comprar um Velho Barreiro para tomar com chimarrão no Brique da Redenção a tarde.

Os bancos da Redenção também serviram de cama por duas vezes. Numa das noites, me confundiram com um garoto de programa. O pior que não aceitei, mas era uma boa graninha. Risos. Podia ter ganhado uns troco fácil, já que via contando dinheiro. Vida de estudante sabe como é, dinheiro sempre contado. Vale lembrar que a Redenção, à noite, era ponto de prostituição masculina da capital gaúcha.

Na outra noite, ninguém me cantou ou deixou moedinhas. Recordo que fiquei muito magoado, me sentindo rejeitado. Não foi fácil acordar no parque sem ninguém ao meu lado, nem ganhei uns trocos. Risos. Me lembro que a rejeição foi discutida durante minha análise.

A última pernoitada na rua foi na entrada do prédio que morava na 24 de maio. Na verdade, morava em uma escadaria que ligava a Duque de Castilhos a Otávio Rocha. Até chegar ao meu apartamento era necessário subir uns 120 degraus. Não consegui subir nem na metade. Foi meu vizinho, o Zé, que me acordou e me levou para casa. No dia seguinte, que vergonha! Afinal, era uma rua familiar, só de pessoas de mais idade e estudantes. Fui o assunto por várias semanas.

Depois disso, comprei um Chevette vermelho. Parei de dormir na rua. Passei a dormir no Chevette. Risos. O pior era o voltar para casa. Nunca sabia o trajeto ou esquecia que existiam sinaleiras. Depois do carro, meu anjo passou a ter trabalho redobrado, pois não parava em nenhuma, nem lembrava que existiam. Help!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Último romântico

Hoje resolvi mudar, dar um basta ao passado. Afinal quem gosta de passado é museu. Ainda sou jovem para viver na esperança dela voltar pra mim. Seu silêncio dói mais que sua agressão.

Posso sair perdendo, mas sei que ela irá perder bem mais que eu, pois um homem carinhoso e romântico como eu, não se encontra fácil não. Ainda mais, um homem que queira compromisso, algo sério, que seja fiel e moscão é difícil de arranjar.

Depois de 30 dias de espera e muitas desilusões, tomei uma decisão. Vou deixar meu barco à deriva. Se ele atracar em algum portão, será bem vinda a nova comandante. Se não atracar, novas marujas continuarei a procurar em outros portos. Quero sair, conhecer pessoas novas. To cansado da rotina casa trabalho, trabalho casa.

As transformações começarão por mim mesmo. Inicialmente, entre as minhas resoluções, está perder alguns quilos. Hoje, primeiro de fevereiro, estou com exatos 93 quilos. Quero chegar aos 85 quilos. Também quero caminhar diariamente. E, se a preguiça deixar, fazer uma academia, embora ache difícil esta última. Risos.

E, as mudanças não param. Comprei alguns cremes anti-sinais da Natura para o rosto. O exagerado aqui comprou mais de seis. Vamos ver se suavizo algumas marquinhas adquiridas com os anos. Também quero fazer um clareamento nos dentes e trocar o guarda-roupa.

Sou desligado para meu vestir, mas, confesso que achei meu guarda roupas um tanto quanto ultrapassado. Esta semana quero fazer um ranchinho. Até os calçados quero mudar. E já que não estou conseguido pegar uma corzinha devido a um alegria ao sol, vou apelar para os banhos de lâmpada mesmo sabendo que não é recomendado pelos dermatologistas.

Na saída do serviço, vou convidar colegas para fazermos um happy, vermos gente nova, gente bonita, coisa que não falta aqui em Caxias do Sul. Agora, é levar esta resolução adiante e deixar a luz acessa para solidão não entrar.