Às vezes consigo me surpreender com minha frieza para as razões do
coração. Jamais pensei que chegasse tão longe e tão baixo, mas, consegui,
cheguei!
De repente me senti um personagem das músicas de Odair José. Parecia
que suas músicas haviam sido escritas para mim.
Pois é, quem diria que um dia eu
contrataria uma garota de programa para satisfazer minhas luxúrias, satisfazer
meus desejos mais sórdidos, meus prazeres ocultos. E, confesso: foi bom demais,
inclusive, não teria problema em convidar ela para sair de novo. Bonita,
educada, polida e totalmente liberal quanto o assunto é sexo. Luxo puro e sexo
seguro!
Não pense que esta é a primeira
vez que saio com uma prostituta. No auge da minha adolescência muito freqüentei
uma zona de Farroupilha, a Panters, hoje, infelizmente, não existe mais. O
local abriga uma revenda de carros.
Freqüentávamos o local quase todas
as semanas. Éramos levados da breca, uma turma da pesada. Aprontávamos horrores
naquela casa. Corríamos pelados, abríamos as portas para atrapalhar os outros,
bebíamos todas até cair.
Certa vez, me recordo, tiveram
que ligar para meu pai ir me buscar. Tava tão bêbado que pedi uma prostituta em
casamento, a minha favorita. Me lembro perfeitamente disso, pois eu adorava
ficar com ela, fazer sexo com ela. Já era minha fixa.
Pobre do seu Martins. Fui o
responsável por grande parte de sua careca. Dei muita dor de cabeça a ele, mas,
como sempre digo: vivi tudo exageradamente, no momento certo, na hora certa!
Nunca fui de me arrepender do fiz e sim do que deixei de fazer. Ouso a dizer
que 90% de tudo que fiz eu não me arrependi de nada. Era preciso experimentar,
inovar, viver e vivi!