domingo, 10 de janeiro de 2010

Envelhecimento


  Estes dias, assistindo televisão, acompanhei uma entrevista como minha diva, Maria Bethânia. Confesso que sou apaixonado por sua voz. Tenho toda coleção de cds e dvds disponíveis no mercado. Não me canso de ouvir e reouvir. Algumas canções fazem parte da minha vida, marcaram bons e maus momentos.

  Bethânia não fala, canta e encanta. Mas, o que me chamou a atenção foram os cabelos brancos da diva. Bethânia envelheceu e, como um bom vinho, ficou melhor. Mas, não me sai da memória os seus cabelos brancos. Percebo que minha cantora maior envelheceu e, por conseqüência, eu também. Olho-me no espelho e vejo os meus cabelos brancos, as marcas de idade espalhadas pelo rosto.

  Uma olhada mais atenta e vejo que meus sobrinhos cresceram, estão moços, bonitos, fortes e saudáveis. A menina já está namorando. Até o filho do meu chefe, aquele garoto esperto que me fazia companhia no trabalho sábado à tarde, está grande, inteligente e freqüenta festinhas.

  O pior não é saber que o corpo envelheceu, que estou mais gordo, mas saber que a mente não envelheceu. Sinto-me como um garotão de 20 anos de idade, apenas com algumas limitações. Já não subo as escadas correndo, falta resistência. Chego ao quarto andar suando, ofegante. Ah! Que falta faz um elevador no prédio. Pensando bem: que falta faz um exercício neste “corpitcho” de forma arredondas.

  O bom de tudo é saber que os conhecimentos adquiridos, ninguém nos tira. Queria ter os meus 20 e poucos anos de volta, mas com a sapiência de hoje. Confesso que tudo seria mais fácil. Quantas dores de cabeça teriam sido evitadas. Com certeza, teria amado mais, abraçado mais, viajado mais. Mas, de tudo, uma coisa aprendi: é preciso amar as pessoas, a natureza, como se não houvesse amanhã.

Um comentário:

  1. Concordo com vc. Envelhecer, não é fácil. Quem serão nosos ídolos amanhã?

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