sábado, 30 de janeiro de 2010

Anjo da guarda



  Dei trabalho ao meu anjo da guarda, confesso. Na época da faculdade eu era medonho. Imagine um rapaz do interior deslumbrando ao desembarcar na capital gaúcha. Suas selvas de concreto, sua gente bonita, sua hospitalidade e sua noite encantadora, recheada de tribos diversas.

  Lembro que trabalhava no Unibanco de segunda a sexta, das 9h às 18h, fazia faculdade em São Leopoldo, na Unisinos e ainda tinha tempo para conhecer a noite porto-alegrense. Saia quase que diariamente. Barzinho, boates, tudo me fascinava. Ocidente, Porto de Elis, Cord, Bere Ballare, entre outras casas noturnas. Lá dançava sozinho em frente ao paredão de espelhos, acompanhado ou em grupo. O importante era me divertir, extravasar.

  Recordo que tomava todas e mais algumas. A saideira era eterna. Em determinado período cheguei a pensar que era alcoólatra, pois bebia tudo que fosse líquido do chimarrão com velho barreiro aos destilados mais fortes. O importante era beber até cair. O problema era o dia seguinte. Eu era viciado em aspirinas, pois a dor de cabeça era medonha e o gosto de corrimão na boca, detestável. Balinhas de menta todo o dia para purificar o hálito.

  Recordo uma vez, indo passar o final de semana em São Marcos, quase morremos na BR-116. Além de ter bebido todas, tínhamos tomado moderadores de apetite para ficar mais “alegres”. Imagine o estrago.
Na serra, próximo a gruta de Nossa Senhora Aparecida, quando vejo, passa um pneu por nós. Segundos depois, a Brasília amarela que estávamos roda na estrada. Nosso pneu tinha caído. Poucos quilômetros atrás tinha furado e na hora de trocar, chapados como estávamos, esquecemos de parafusar o pneu direito.

  O melhor foi ver a Lisa, a dona da Brasília, vomitar e procurar no meio do vômito, o remédio para emagrecer. Lembro que ela achou e tomou de novo. Eu sentei na faixa e ria feito louco enquanto os outros buscavam o pneu ribanceira abaixo. Mas, chegamos ao destino são e salvos. Nosso anjo da guarda queria arrancar as penas das asas.

  Na formatura do Beto, para variar, eu para lá de Bagdá, após ter bebido todas e não ter comido nada, estraguei a festa de todo mundo, pois vomitei no salão de festa dando um banho de mim mesmo e um show a parte. Arghs! Fui levado para casa na carroceria de um furgão e depois, ao chegar, colocado embaixo do chuveiro com roupa e tudo mais. Até aí tudo bem, recordo que eu tentava ficar de pé na carroceria dizendo que podia voar. Risos. Se caísse, não sobrava nada. O motorista corria feito louco. Até eu fiquei com pena do meu anjo da guarda.

  E, não faltaram peripécias, mas, melhor encerrar por aqui, ao menos hoje. Do contrário, sou capaz de escandalizar meus dois únicos seguidores e minha fiel leitora Camila, uma vez que meu anjinho da guarda já pendurou as chuteiras. Está internado em uma clinica para tratar o estresse.

3 comentários:

  1. Jean,estou passada,ou melhor chocada com essas revelações,vc não era gente não,kkk.

    Jesus amado,nunca imaginei que vc fosse tão danado,rs.

    Mas como eu costumo dizer,meu passado me condena,rs...e olha que nunca aprontei, nunca bebi e tampouco fumei,as vezes fico zoando tirando fotos com bebidas,como vc mesmo ja viu,mas é tudo charme,não bebo nada,rs.

    Melhor parar por aqui...kkk.

    To passadaaaa,rs.

    Bjsss lindão.

    PS: TO QUASE TENDO UM TROÇO DE TANTO RIR,querendo voar?Ai ai ai,hauhauhaua.

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  2. Superrrrr sexy.

    O texto estava ótimo agora com esta fotinho,está maravilhosamente ótimo,rs.

    Bjs lindão.

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  3. QUE LOUCURA, JEAN! DE NOVO!!! (RISOS)
    JÁ HAVIA TE DITO: ESCREVA UM LIVRO... E NÃO PERCA MAIS TEMPO!!!
    BEIJOS!

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