domingo, 21 de julho de 2019

Sozinho na multidão.

A solidão me persegue. Sempre estou cercado de gente mas, ao mesmo tempo, tão sozinho. O simples fato de eu estar cercado de gente não garante que eu pertença a determinados grupos.

Sou do meu jeito, extrovertido, simpático, mas ao tempo fechado e reservado. Sou de poucas amizades, falso tímido. Não pareço ser tímido, mas sou quando se trata das coisas do coração.

Embora viva rodeado de gente, sou meio bicho do mato. Adoro ficar em casa escutando música, lendo um bom livro ou um filme na televisão. Sair, no máximo, para uma janta com amigos ou a dois, cinema e cair na estrada. Adoro conhecer lugares novos.

Na rua, no serviço, percebo que todos tem pressa, cada um do jeito, indo cuidar das suas próprias vidas, das suas tarefas. Há pouca conversa e sorrisos amigáveis. Rostos sérios e cansados sem ao menos lhe proporcionar ou balbuciar um simples Bom dia! Parece até que ninguém esta tendo um bom dia, só eu! Todos tem pressa de chegar logo sem serem perturbados.

Me sinto perdido em um mar de gente estranha. Aliás, eu sou estranho para eles. Me sinto um barco a deriva num imenso oceano. A falta de calor urbano parece um imenso tsunami devastando os corações cada dia mais frios e sem sensibilidade. Às vezes me sinto naufragando.

Percebo que Caxias do Sul nunca dorme por completo. Carros a perder de vista em qualquer horário, luzes acessas nas casas e muitas pessoas nas ruas e bares. Nas esquinas, garotas e garotos se rendem as drogas e a difícil vida fácil.

Me questiono para onde eles vão, se são felizes com suas vidas. Se como eu, se sentem solitários. As perguntas não calam, permanecem um mistério! Nem eu mesmo sei meu próprio caminho e para aonde eu vou.

Estou sozinho entre centenas de pessoas e questionamentos. Não tenho medo de afirmar estar só, embora cercado de pessoas que possam ter medo de mim. – JK – 21.07.19

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