Meu coração é um eterno folião! Chego a pensar que ele vive em perpetuo carnaval. Dança, brinca, leva pisões no pé, quebra a cara e ainda esta pulando carnaval. E, quando se estafa, chega à quarta-feira de cinzas, respira fundo, olha nos olhos de um certo alguém e ressuscita com um novo amor.
Tenho um coração leviano, bandido, que se entrega ao primeiro sorriso bonito. Gosta de sofrer! Quanto mais chicoteado, mais ele ama, se entrega. É um coração babão, dramático, exagerado, cafona, brega e clichê. Corta os pulsos e, quando amanhece, diz que ama e paga qualquer mico pra não ficar triste.
Meu coração ama intensamente, é maltrapilho, mendiga e implora. Sofre muito, mas se regenera fácil. Basta um sorriso e ele se apaixona novamente, como agora. Bate descompassado, troca juras de amor e diz na maior cara de pau: “você é o grande amor da vida”!
Agora, ele quer se entregar, perdidamente, a este novo amor, dedicar-se inteiramente a ele. Não quer saber se vai durar um dia, um mês, um ano ou toda eternidade. Tão pouco saber que ela é bem mais jovem e tem o corpo perfeito. Só sabe que ela é um anjo lindo, obra de um cúpido atrapalhado que flechou seu coração. Para ele, ela tem o melhor beijo de todas as bocas que já beijou.
Meu coração está feliz como quem ganha um doce. Ele tá curado, já não apanha, bate contente e apaixonado. Tudo que ele quer agora é compartilhar, tonar público, dizer que venceu a solidão. Quer fazer estardalhaço, dividir esta alegria e contagiar todos. Ele que buzinaços, foguetórios e muitos carnavais. Ele quer ser feliz! - JK
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