As ruas de Caxias do Sul estavam praticamente
desertas no feriado. O silêncio no prédio era pavoroso, parecia uma edificação
fantasma, abandonada. O único barulho era o som que insistia em sair do meu
apartamento.
A solidão só não era maior porque eu tinha uma
excelente companhia, talvez a melhor que um jovem cinquentão possa querer:
Penélope. Seus olhos pretos acompanhavam, atentamente, todos os meus movimentos
pedindo, elegante, carinho. Ela é uma verdadeira Lady! Adora ser penteada e
assim que ponho os laços na cabeça, corre e pega a coleirinha pedindo para
passear. Ela sabe que esta mais linda e charmosa!
E, aqui entre nós, acha rosto para receber
tantas lambidas durante todo o dia. Penélope é extremamente carinhosa e adora
correr pelo apartamento com seus brinquedinhos. Adoro que eu os jogue para ela
buscar. Fica todo serelepe, faceira! E eu também! Juntos, nos divertimos como
duas crianças, dois adolescentes.
Penélope e gulosa como eu. Vou pé por pé à
cozinha para abrir o pacote de razão e, quando vejo, ela já esta saltando do
meu lado com aqueles olhos pidões. De repente, tudo vira festa, a maior
algazarra. Ela corre de lá para cá, me lambe, morde pedindo que eu brinque com
ela até cairmos exaustos e ambos com línguas de fora. – JK
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