sábado, 9 de setembro de 2023

Bons e velhos tempos!

 Hoje acordei saudosista, com saudades tudo: do café com manteiga e pão ao amanhecer, de pedir a benção aos padrinhos e do sinal da cruz em frente às igrejas. Dos namorados dando beijinhos no portão, de ver alguém sorrido quando lava a louça com a bucha vegetal enquanto escuta música verdadeira no rádio de pilhas.


Ando com saudades de ver as pessoas sentindo respeito pela polícia, das compras feitas e anotadas no velho armazém da esquina, de cantar o hino Nacional com a mão no peito e com lágrimas nos olhos. Saudades quando uma cantada era um simples fiu-fiu e as mulheres correspondiam com um tímido sorriso na face. De segurar à mão da namorada no escurinho do cinema, de comer jujubas e mariolas.

Saudades quando o presidente da Nação era respeitado por todos e que cadeia era lugar, somente, de ladrões. Saudades do macarrão feito em casa e dos almoços em família aos domingos. Saudades dos vegetais sem agrotóxicos e das carnes sem hormônios. Saudades das festinhas nas garagens regadas a guaraná, brigadeiro e pipoca.

Saudades dos finais de novela felizes, onde o bandido sempre era punido. De quando se dava bom dia ao porteiro do prédio, a diarista e aos vizinhos. Saudades da educação nas escolas e do respeito com os professores. Saudade maluca dos amigos que já partiram, de nossos pais e de algumas ex-namoradas.

Saudades das pipas colorindo os céus e das crianças brincando livres e seguras nas ruas. Saudades das chuvas sem acidez e quando a aridez era menor. Saudades do tempo em que falávamos de sexo e ficávamos ruborizados.

Hoje tudo é tão banal que até eu banalizei, mudei! Acompanhei o progresso e de vez em quando, sinto um enorme vazio, uma saudade dos bons e velhos tempos, do meu antigo eu. De quando eu era um sonhador, sentimental, acreditava em dias melhores, acreditava em nossos governantes e no amor verdadeiro. - JK



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