Dez anos depois, eis que o tempo reserva uma enorme surpresa: te reencontrar. Aliás, o tempo foi generoso com você! Confesso que estas bem melhor hoje, do que ontem!
E, como é desconcertante rever um grande amor platônico do passado. Sim, eu te amei em silêncio por anos. Na época estavas casada, dois filhos. Hoje, ambos separados e mais experientes.
De repente, você trouxe aquele sorriso do gato de Alice na minha face. Minha noite de sábado foi perfeita! Conversamos muito, rimos mais ainda e até choramos juntos. Falamos sobre filhos, netos, família, música, sexo, trabalho, economia, futebol, traição, dos amigos em comum e de outros que já partiram.
Há tempos não tinha uma conversa tão inteligente com alguém, tão complexa e redondinha. Poderíamos ter falado a noite inteira se a canseira não tivesse batido. Aliás, você fala, como você fala!
E, o melhor de tudo, foi a surpresa hoje de manhã. Jamais imaginaria que você fosse apertar o interfone do meu apartamento - aliás como descobriu? - e me convidar, levar para tomar café da manhã no Reynolds Hotel. Você toda arrumada, perfumada e eu com a cara amassada, descabelado, de abrigo, sandálias e camiseta amassada. Como não amar a surpresa mesmo eu estando tão desleixado?
E as surpresas não pararam por aí: convite para um almoço logo mais. E o melhor de tudo, continuar aquela conversa que não terminamos ontem e hoje durante o café da manhã! E, que com certeza, não vai terminar no almoço. - JK
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