sábado, 14 de dezembro de 2019

Véspera de aniversário!




Às vésperas de completar 52 anos constato que nada mais é como era antes, especialmente no meu corpo. Além de maior, com vários quilos a mais, descubro dores que jamais pensei existir. E a visão, sem óculos só vejo vultos e os graus aumentam a cada ano, assim como meu tamanho e as dores, volto a frisar.

Cada check-up médico é sinônimo de uma nova medicação. Antigamente era só para o coração. Hoje, além do coração, pressão, remédio para controlar a hiperatividade. Aliás, nenhum parece fazer efeito, continuo ultra agitado.

O pior é a memória! Esquecimentos são comuns e o raciocínio é um pouco mais lento. E, para ajudar, medimos um pouco mais as palavras antes de as soltarmos. Filtramos o que falamos para não magoar ninguém. Ao menos tentamos! Mas, o valor da maturidade e do conhecimento adquirido compensa todas as dores do corpo.

Sempre é bom lembrar, com nostalgia, dos anos dourados. Das loucurinhas da infância e juventude. E, nestas horas no meu rosto esboça um sorriso saudoso, maroto, agora com rugas e vincos emoldurando meus olhos e boca. E, saibam que em cinco décadas, fiz o meu melhor, pelo menos eu tentei, claro com tropeços, erros e falhas que o tempo - olha ele aí de novo -, corrigiu ou pelo menos amenizou os dissabores da vida.

Os anos podem ter transformado meu corpo, mas não minha alma, que continua a mesma, talvez mais pura. Na minha idade, meus sonhos são os outros. Tudo o que quero e gozar de boa saúde e que os outros sejam felizes como eu sou. Quero morrer bem velhinho passando a mão na bunda de alguém e falando muito besteira!

Quero contar histórias engraçadas de um mundo não tão distante para meus netos, sobrinhos netos, além de ensinar a falar besteiras e aprontar muitas peraltices. Quero relembrar com eles meus amores do passado, as amizades que firmei e dos empregos que passei até me aposentar. Quero continuar sonhando por mais alguns anos por um mundo melhor para estes que estão chegando agora, onde não haja fome, preconceito, violência, corrupção e miséria. – JK – 14.12.19

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