domingo, 2 de fevereiro de 2020

Caras como eu




Enquanto muitos lamentam por estarem envelhecendo, eu agradeço, todos os dias, por ter o privilégio de ter chegado aos 52 anos e, no mínimo, desfrutar mais uns 25 anos pela frente com muita saúde e alegria ainda.

E, hoje, descubro que caras como eu estão ficando raros de se encontrar. Aprendi a não desejar mal a ninguém, apenas que o universo retribua tudo que me desejam ou fazem para mim, em dobro. Colhemos o que plantamos.

O tempo me ensinou a ser mais seleto. Não é qualquer companhia que me basta. O velho ditado aqui cai bem: “  antes só do que mal acompanhado”. Não é porque você é bonita, tem um corpo legal e transa bem que vamos ficar juntos. Precisa muito mais do que isso, principalmente, companheirismo, respeito e cumplicidade. Sim, caras como eu, estão ficando chatos e cheios de manias. Estamos mais sábios e inteligentes também.

E, caras como eu, não estão mais preocupados com a beleza estética, mas sim, da alma. Eu mesmo, estou acima do peso e com os cabelos cada vez mais ralos e brancos. Cada dia, novas marcas deixadas pelo tempo marcam meu rosto e corpo.

Daqui do alto dos meus mais de 50 anos, posso dizer que vivi mais de meio século, acompanhei mudanças e transformações que marcaram gerações e entraram para história. Há sempre uma forma positiva de pensar no tempo. Eu mesmo quero ajudar meus semelhantes, os animais, afinal, estamos aqui de passagem. Quero ser lembrado com carinho, ser imortal no coração de amigos e conhecidos.

E, se não encontrar ninguém, um sapato velho para calçar, vou morrer solitário, mas feliz por ter feito, quase tudo, que quis. Sim, vivi exageradamente e, hoje, vejo que não me arrependo de nada. Fiz tudo na hora certa, no tempo certo, mesmo errando muitas vezes. É preciso saber viver, viver intensamente e eu vivi!  

Caras como eu – Jk 02.02.20



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