Minha garganta arranha, meus olhos queimam. A terça-feira
promete!
Sozinho em casa, escuto Elza Soares enquanto meu pensamento
viaja e olho para o dia cinza lá fora! Estou num estágio de lamento profundo,
down! Talvez seja efeito do álcool e da noitada de carnaval, ontem. Embora
acompanhado por centenas de pessoas, a melhor companhia para mim, fui eu!
Impressionante como as pessoas estão vazias, sem conteúdo. Só pensam prazeres
momentos e descartáveis.
Descubro que sou um ser estranho. Prazeres momentâneos não me
satisfazem mais. Além de velho, estou virando chato, esquisito. Até tentei
conversar com algumas meninas mais jovens do que eu, mas fiquei pensando onde
elas esqueceram o cérebro? Corpos perfeitos, lindas, mais desprovidas de
inteligência. Lógico, toda regra tem sua exceção, não estou generalizando.
Conversando com mulheres da minha idade, solteiras ou separadas,
descubro que a maioria esta desesperada para arranjar um namorado, marido. Uma
simples conversa já termina em pedido de namoro. Corro, fujo! Compromissos me
amedrontam!
Sim, sou diferente! Estar na minha companhia me basta. Não preciso
de um milhão de amigos para ser feliz. Poucos e bons amigos me bastam. Aliás,
estes poucos são os melhores, tenho certeza. Posso contar com eles em todos os
momentos e vice-versa. Não vivemos juntos, mas estamos ligados em sentimentos e
reciprocidades.
Não sou de procurar as pessoas, amigos. Se eles não me
procuram, fico quietinho no meu canto. Como trabalho com multidões e falo
muito, quando chego em casa ,quero mais é ficar quieto. E, ao contrário do que
eu deixo transparecer, sou tri tímido quando se fala em de assuntos pessoais.
No trabalho, sou outra pessoa, até eu me desconheço. Me convide para programas,
com no máximo, seis pessoas. Serei a perfeita companhia! Mais do que isso, um
não você ouvirá de mim. E, antes que você me julgue de esnobe, indiferente, sou
apenas seleto. Sim, sou estranho. Neste carnaval sou o Bloco do Eu Sozinho.
Bloco do Eu Sozinho – JK- 25.02.20
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