Lá estava eu tranquilamente quando, de repente,
do nada, vi uma cena espantosa e desgarradora: atrás da minha colega, um vulto negro e um
cheiro de coroas de flores, murchas surgiu do nada. O corpo arrepiou e fique estático apenas olhando por alguns minutos. O mais
estranho é que a sombra escura não tinha olhos, mas tinha a forma de um homem grande,
mais alto do que eu!
Tentei não transparecer o que via, mas uma colega
percebeu e me questionou o que houve comigo horas depois. Nada respondi, desconversei, mas, o mais estranho é que aquele vulto
me acompanhou por uns 200 metros até o banheiro e, através do espelho, comprovei
que realmente era um homem. Meu corpo todo arrepiou e rezei enquanto fazia xixi.
Meio que desorientado e tentando entender o que
estava acontecendo, retornei para a sala e servi café. Desta vez, estava sozinho,
ou pensava estar, pois quando ergui o copo de café para beber, a sombra estava
parada na porta. E desta vez tinha olhos, brilhantes, que me observavam atentos.
Foi assustador, confesso! Uma série de dúvidas surgiram num milésimo de segundos: quem era esta pessoa, o que ela queria comigo, porque
me se seguia e o que queria dizer? Parecia um espírito ansioso que cheirava a
morte, precisamente, a coroa de flores murchas, em decomposição.
Por um instante senti que estava morto, que não era
mais eu que estava ali no meu corpo. Senti um desapego à vida, uma perturbação esquisita,
mas ao mesmo tempo soberana, difícil de descrever. Eu tinha náuseas e epifania ao
mesmo tempo. Mas, não era eu! Eu era o outro, o vulto que me observava! - JK
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