quinta-feira, 9 de abril de 2020

Insano, eu?


Gente! Começo a desconfiar que este isolamento esta acabando com o resto da minha sanidade mental que já não era muito boa! Já não tenho mais anticorpos de tantos banhos que tomo..

Acordo, tomo banho, café e vou trabalhar. Chego do serviço, todo banho. Descanso um pouco e vou na padaria buscar um lanchinho (gordinho é triste!). Chego em casa, antes do lanche, tomo outro banho. De barriga cheio e feliz lembro que preciso ir no mercado pra fazer a janta. Volto do super, outro banho. De noite, vou levar o lixo (na lixeira do outro lado da rua). Na volta, mais um banho. E, antes de dormir, um banho (aqueles meio sola, da cintura pra baixo). Já não existe mais tolha, shampoo e sabonete que de conta. Roupas então, a máquina de lavar não vence! Tem sempre pilhas de roupas do seu lado. Parece a Torre Eiffel, só que roupas.

Só para ter uma ideia, o sabão em pó de 1kg, antes da epidemia, durava mais de um mês. Agora, o pacote de 5g, não dura um mês. E o sabonete? É um a cada dois dias. Shampoo, é 400 mil por semana. Na farmácia, de três em três dias, compro um álcool gel. A atendente já me olha atravessada. Deve pensar que sou alcoólatra ou faço contrabando de álcool gel.

O apartamento que eu tinha orgulho de estar sempre limpo e cheiroso, agora anda só limpo. Não aguento mais o cheiro de água sanitária. Tá encruado! Não sei mais o que fazer. Mas, fazer o que se eles mandam limpar tudo com água sanitária. O meu perfume, agora é água sanitária. Dos meus poros quando não exala água sanitária, exala álcool. Até o incenso que eu gosto de acender todos os dias tive que mudar. Agora é “limpeza profunda”!.

E, pra ajudar, tirei a barba, bigode e outros pelos. Estou me sentindo uma criança, velha e gorda, sem nenhum pelo. Só falta raspar a cabeça e as sobrancelhas. E, se antes eu já enxergava pouco, imagine agora de máscara. Meus óculos vivem embaçados todo o dia. Hoje mesmo cumprimentei dois manequins pensando que eram colegas de trabalho.

E, aqui em tom confessional, não me lembro mais quando foi a última vez que transei e nem faço ideia de quando vou voltar a transar. Minhas mãos já estão calejadas. Mas, cá entre nós, precisamos nos cuidar, prevenir. Logo, logo vamos poder nos abraçar deixando estes dias cinzas no passado, nos livros de a história. Fiquem bem e se cuidem! Mas, não deixem de viver, sorrir!! – JK 09.04.20

Nenhum comentário:

Postar um comentário