Quando eu era criança sonhava em ser cirurgião plástico. Anos mais tarde, queria mesmo era sair de Caxias do Sul, não gostava da minha cidade. Meu sonho era morar em Porto Alegre, e optei em estudar Jornalismo, faculdade que na época não tinha em Caxias do Sul
Confesso que a época de jornalismo na Unisinos foi um dos melhores momentos de minha vida. Muitos amigos, muitas festas e o principal, redescobrindo o mundo, afinal, Caxias do Sul era grande, mas provinciana, retrógrada. Tudo na capital cheirava a novo, a moderno. E eu adorava ser moderno, descolado, estar a frente do meu tempo.
Os anos passaram e voltei à Caxias do Sul. No começo, estranhei a cidade, mas hoje, confesso que amo e daqui não pretendo sair. Comecei a trabalhar no Jornal do Pioneiro, e não satisfeito com o salário, fui convidado a trabalhar em uma pronta entrega, onde estou há 24 anos e amo o que eu faço, mas ultimamente, ando meio descontente. Além da crise econômica, problemas diários, alguns falsos colegas, problemas com gestores, me desanimam.
Após recusar algumas propostas de emprego – e meio arrependido por ter dito não -, recomeço a busca novamente, afinal, nunca é tarde para recomeçar. Mas, recomeço sem pressa. Sempre acredito que tudo tem seu tempo e momento. E, este não é o momento de trocar de embarcação, afinal, minha empresa, neste momento, precisa dos meus préstimos, ao menos, até julho, época de maior movimento se o frio colaborar.
E, ainda tenho esperanças de que dias melhores virão. Que as ervas daninhas secarão e irão embora, ficando somente os frutos bons. Eu, mais do que ninguém acredito no profissionalismo de determinados colegas. Eles vestem a camiseta e consideram a empresa seu próprio patrimônio, uma extensão da sua casa. Eles são apaixonados pelo que fazem e pela empresa. Orgulho de ter colegas assim.
Mas, enquanto as mudanças não acontecem, o desanimo e vontade de não fazer mais parte do quadro da empresa persistem, ainda mais agora que perdi uma excelente colega. Pretendo continuar a dar o melhor de mim. Alguns deslizes, mas continuo tentando acertar e crescer com a empresa. E sei que vamos crescer mesmo diante desta crise e de tanto negativismo. Afinal, como diz o ditado: quem sai na chuva é para se molhar. Então, se molhemos. – JK
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