terça-feira, 17 de outubro de 2017

Crônica da despedida



Aos 50 anos percebemos que já vivemos meio século, que apesar de tudo, estamos aí dispostos, trabalhando, amando, cuidando da família, parentes e amigos. Acordamos felizes, na certeza de que deixamos mais coisas boas para trás, do que ruins.

Revejo meu passado e vejo que tudo que somado, fui mais feliz do que infeliz. Tenho uma família maravilhosa, tive amores que valeram apenas apesar de não terem dado certo, trabalhei apenas em empresas que amei e tenho poucos, mas os melhores amigos que um coroa cinquentão pode ter.

A vida é passageira, não sabemos quanto tempo temos ainda para frente. Talvez um dia, um mês, um ano ou ganhamos um bônus de mais 25 anos. Vai saber quais são os planos dos deuses para nós. Mas, o importante é viver a vida intensamente como se não houvesse amanhã.

Se é para morrer, que seja de amor, de felicidade, de excesso de carinho dos amigos e familiares. Eu, não me arrependo de nada do que eu fiz, mesmo sabendo que estava errado, mas no momento, era o que eu queria ter feito e fiz. Me arrependo apenas do que deixei de fazer por medo, por isengurança.

Como sempre digo, se hoje eu partir, não chorem por mim. Vivi tudo intensamente, no momento certo. Quero que sorriam, lembrem de mim com meu alto altral, com meu sorriso largo e farto, às vezes explosivo e tempestuoso.

E, se os deuses me permitirem, antes de partir, ou mesmo depois da partida, gostaria de abraçar e confortar todos os amigos e parentes. A tristeza não combina comigo embora ela seja necessária. Mas, nada melhor do que um dia após o outro para curar as cicatrizes, as feridas, mesmo sabendo que o vazio que ficou jamais será preenchido. O tempo é o senhor da razão e sabe amenizar todas as dores, sempre friso isso.

Enquanto minha hora não chega, vamos incomodando ou contagiando os amigos e parentes. Afinal, viver intensamente como se não houvesse amanhã é preciso! - JK

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