sábado, 21 de abril de 2018

O tempo não para



  Estou impressionado com a rapidez que as horas, os dias, os anos estão passando. Há pouco tinha 18 anos. Quando me deparei comigo mesmo, já estava com 50 anos. Daqui a alguns meses meses, dezembro, 52 anos... E o pior, me sinto como um meninão, como se tivesse, no máximo, 25 anos.

  Olhando um pouco mais para trás, vejo o quanto meus sobrinhos cresceram. A Fernanda, que vi nascer, ajudei a cuidar, já está com 30 anos, formada e namorando. Em breve, casamento! Parece que foi ontem que eu corria para as Americanas, em Porto Alegre, atrás de brinquedos e bonecas, principalmente, da Xuxa.

  O mesmo acontece com o Rodolfo. O guri apaixonado por Legos e carinhos, hoje, também formado, só quer saber trabalho e de mini-séries televisivas. E o pior, eu também. Comprei para ele algumas temporadas de várias, inclusive, eu terminei de assistir a minha favorita, Bates Motel.

  Minha mãe mesmo, que até então não parecia envelhecer, fiquei assustado quando ela disse que já iria fazer 78 anos. Para mim, o tempo não passou para ela. Ela continua linda, jovem e elegante. Notei que os anos passaram de tanto ela reclamar de dor nos braços e em outros lugares. Todos os dias surge uma dor nova. Até então, para mim, ela era uma jovem senhora. Imaginem, então, como eu vou ficar: Jean das Dores. Risos.

  Meu pai parece que foi ontem, mas já fazem 16 anos que ele faleceu. Sou capaz ainda de sentir o seu cheiro no meu quarto ou quando entro no meu apartamento. Ainda sinto-o tão presente. No último finados, quando fui conversar com ele em São Marcos, no cemitério, ainda não acreditava que seu corpo estava lá. Tenho sempre a impressão de que, quando menos espero, vou encontrar com ele em casa ao chegar.

  Eu mesmo, to com uma barriguinha indecente, os cabelos estão ficando ralos, brancos e os pelos das pernas começaram a cair. Pode? Só posso dizer que o tempo não para e a idade não vem sozinha. Mas, assim, é a vida, temos que nos aceitar. - JK

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