Sempre gostei de finais de semana, feriados, mas, de uns tempos para cá, confesso que não gosto mais, pelo menos, acredito nisso hoje. Claro que tudo tem sua lógica, explico: antes eu estava casado. Contava os dias, as horas para descer à Porto Alegre. Afinal, foram mais de sete anos descendo quase todos os finais de semana e feriados. Eu já me sentia sócio do Expresso Caxiense.
Com o término da relação, passei a ficar em casa lendo, vendo dvds, escutando música, curtindo a família e amigos. No início, gostava, afinal, quase nunca tinha tempo para eu mesmo. Hoje vejo que sinto falta daquele corre-corre para pegar o ônibus, descer à Porto Alegre, do brique, chimarrão, cinema, shows, teatros... Caxias ainda está muito atrasada neste sentido. Culturalmente a vida deixa muito a desejar.
No cinema, por exemplo, só passam filmes americanos. Raramente um filme estrangeiro entra em cartaz. Sem contar que hoje só temos o GNC Cinemas que, cá entre nós, deixa a desejar, seja nos filmes e no atendimento. Para selecionar funcionários acredito que eles façam um teste para escolher e contratar os piores.
O teatro ainda se destaca. Temos excelentes grupos locais e regionais. Sempre vale a pena prestigiar e assistir. Shows, raramente temos por aqui. Quando vem, só sertanejo. Feliz de quem gosta, o que não é o meu caso, mas, respeito.
Meus amigos, hoje, a maioria estão casado, com filhos. Me sinto deslocado, afinal, todos tem sua vida. Aqui é uma terra que se trabalha muito. O lazer fica para segundo plano, mas, felizmente, as coisas começam a mudar graças a esta nova geração.
Tenho até tentando conhecer alguém interessante, mas, confesso que não está fácil. Hoje as pessoas não querem compromissos, apenas uma noite de prazer e nada mais. Ou, quando você encontra alguém, pensa que vai rolar algo mais, descobre que a pessoa é complicada demais, ou, talvez, eu seja complicado demais. Eis uma boa pergunta. Pior quando você descobre que ela é casada ou já é comprometida.
Conheci pessoas legais nos últimos meses, mas, infelizmente, nada teve continuação. Quando chegamos a uma certa idade, somos muito exigentes, não temos mais aquela paciência para determinadas coisas, mudanças. Queremos que as pessoas nos aceitem como somos, o que é um erro. A vida é um constante aprendizado, temos que nos adequar para sobreviver. Aprendi isso na marra, infelizmente!
Mas, não posso me queixar muito não. Viver é bom demais! Tudo na vida tem seu tempo, seu preço. Quando menos esperar, encontrarei uma pessoa legal, um sapato velho para um pé casando, mas, com muita disposição de aprender e amar.
E, enquanto isso não acontece, vou levando minha vidinha, entre amigos, trabalho, cds, dvds, família...Reclamo de boca cheia, afinal, tudo isso é muito bom! Mas, infelizmente, somos eternos insatisfeitos, estamos sempre reclamando. Ainda bem, pois o dia que nos contentarmos com tudo, já cumprimos nossa passagem por aqui.
A vida é assim, cheia de altos e baixos. Pessoas que chegam, pessoas que parte, mas no fundo estamos sempre sozinhos.
ResponderExcluirTemos que aceitar a vida como ela é, mas, nunca desisitindo de viver.