domingo, 11 de abril de 2010

Ritual da conquista

 Descobri que relacionamentos não são fáceis, ainda mais hoje em dia que tudo ocorre em questões de minutos, onde a fila anda rapidamente como a tecnologia. O encanto de antigamente, a conquista, perdeu-se no tempo, no espaço. Hoje você conhece alguém, uma hora depois você já esta na cama com ela.

 Cadê o ritual da conquista, o cortejar, a sedução? Tudo se perdeu. Beijar, então, nem se fala. Antigamente o beijo na boca era o cartão de visita de um homem ou de uma mulher; hoje, virou uma espécie de competição para ver quem beija mais. Motivo de orgulhos para muitos. Será? Eu, pessoalmente, acho que não. Acho tão vazio você contar para o amigo do lado que beijou 13 mulheres e não sentiu nada por nenhum. Eu mesmo tenho vergonha quando vejo os jovens se vangloriando de quantas beijaram em uma noite.

 Era tão bom o tempo que você convidava uma menina para ir ao cinema, jantar fora e, no máximo o que você conseguia era um selinho na hora de ir embora, muitas vezes, roubado ainda, na frente da casa dela ou no dentro do carro. Já o tão sonhado beijo na boca acontecia, geralmente, depois do terceiro ou quarto encontro. Me lembro que o corpo tremia, subia um calorão, uma vontade enorme de que aquele beijo não terminasse jamais.

 E o sexo? Bem, o sexo, muitas vezes para você levar uma gatinha para cama levava meses, mas, confesso que o sabor era diferente, era melhor, pois você cada dia conquistava um pedaçinho da sua amada. Um dia você beijava o pescoço, noutro tocava as coxas e, quando muito ousado, uma rápida mão nos seios, isso, se ela deixasse. Ver sua conquista completamente nua era a conquista do paraíso, um sonho. Passar a noite então ao lado dela, nem se fala. Era como conversar com Deus, visitar as deusas do Olímpio.

 Talvez um dia os velhos e bons tempos voltem, embora, ache difícil. Do jeito que as coisas andam, sexo será somente virtual. Contato físico, somente para procriar e olhe lá. Espero que eu esteja errado, pois não existe nada melhor do que o bom e velho contato físico.

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