sexta-feira, 5 de março de 2010

Drogas nunca mais

 Se fosse enumerar todas as gafes e erros que cometi acredito que daria para dar a volta ao mundo. Algumas tomaram proporções enormes, outras, menores.

 Uma delas foi na época em que trabalhava no Jornal Pioneiro. Época de eleições. Era proibido tomarmos partido. Mas, inconseqüente como era, resolvi participar de uma carreata, em prol do candidato Pepe Vargas, isso que nem sou do PT, mas, simpatizava com Vargas e sua esposa, também concorrendo a uma vaga no Legislativo.

 Até aí tudo bem, pois tinha certeza que ninguém iria descobrir, sem contar que estava indo de encontro aos meus ideais. Mas, para minha surpresa, fui filmado, sem perceber, pela RBS TV. Na edição de segunda, lá estava eu, bem belo e faceiro, acenando a bandeira do PT. Resultado, uma advertência no trabalho. Na época, recordo, ainda não era formado, o que complicou um pouco mais. Levei aquele pito do editor-chefe.

 Retornando mais ainda ao passado, em São Marcos, dia da coroação da minha irmã. Ela seria a nova rainha do Clube Grêmio Americano. Mãe e irmã no cabeleireiro e pai tomando uma cervejinha no barzinho. Eu, em casa, brincando de massa de vidro. Por um descuido, atravesso a janela com a mão direita. Resultado: todos os tendões da mão direita cortados.

 O susto em ver os tendões para fora, me fez correr até o hospital. Era sábado. Apenas um médico de plantão. Lá fui eu para sala de cirurgia, sozinho. Cerca de quatro horas de cirurgia, lá fui eu para casa com o braço engessado e os tendões costurados. Família quando chegou ficou louca. Mas, tudo acabou bem e, pro incrível que pareça, acabei indo a coroação à noite.

 Anos mais tarde, tive que refazer a cirurgia, pois tava perdendo os movimentos da mão. No sábado, dois dias antes de fazer a nova cirurgia, Andréa, Nani e eu fomos a uma festa no Clube Juvenil. Tomamos todas. De quebra, alguns moradores de apetite para dar mais ânimo.

 Recordo que fiquei o domingo todo errado. Batia e derrubava tudo. Não conseguia nem falar direito. E o pior, dia seguinte cirurgia. Mas, tinha certeza de que estaria bem. E de fato acordei me sentindo melhor. Mas, na hora da anestesia local, nada de pegar.

 Sentia os médicos mexerem na minha mão e muita dor. Tiveram que fazer anestesia geral e acabei tendo uma parada cardíaca. Quase fiquei na mesa de cirurgia. Fui trazido de volta graças ao ressuscitador.

 Passado o susto, jurei nunca mais beber – tanto -, ou me drogar. Daquele dia em dia em diante, mudei minha vida, fiquei um pouco mais saudável. Precisei de um susto para cair na real. Hoje, sou a pessoa mais careta que existe na fase da terra, mas, não recrimino nada. Todos temos que aprender com nossos próprios tropeços.

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