quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Velhos e bons tempos

 Tenho um bom gosto musical, não posso negar. Não tem música que eu não goste, tenho preferências. Entre elas esta a MPB.

 Adoro vozes femininas, como de Maria Bethânia, Gal Costa, Dalva de Oliveira, Dolores Duran, Elis Regina, Marisa Monte, Alcione, Roberta Sá, Ana Carolina, entre outras. Na parte internacional meu destaque fica com Shirley Bassey, Edith Piaf, Lisa Stanfield, Dalida, Billie Holiday, e Kd Lang. São tantas intérpretes que é impossível enumerar todas.

 Meu gosto musical foi uma herança deixada pelos meus pais e minha madrinha de escotismo, Vera. Meu pai tinha toda coleção de Nat King Cole e Ângela Maria, além de diversos LPs de boleros. Já minha madrinha, tinha a coleção mais incrível e variada que se possa imaginar. Foi com ela que ouvi pela primeira vez Maysa. Ainda recordo como se fosse hoje a capa do vinil: Gala 79 e a música em questão: Caminhos Cruzados. Fiquei apaixonado pela voz e pela letra da música. Ela também me ensinou a gostar de Bethânia. O disco em questão era Álibi. Sabia de cor todas as músicas do vinil, mas, entre minhas prediletas estavam e estão: Diamante verdadeiro, Explode coração, Negue, O meu amor e Sonho meu.

 Adorava ir no final de tarde para sua casa. Ela é minha mãe iam tomar chimarrão e colocar as fofocas em dia, enquanto eu Christiane, Rogério e Miguel, ficávamos brincando na sala, escutando música. Amava sua casa, sua hospitalidade. Lembro que lá, tudo era melhor que na minha casa. Considerava Vera como uma segunda mãe, além de seus filhos serem meus melhores amigos. Infelizmente, o tempo nos afastou, mas guardo com maior carinho aqueles velhos e bons tempos.

 Recordo que, aos domingos, fazíamos reuniões dançantes na casa de madrinha. Lá dançávamos de rosto coladinho. Um disco que era o xodó era a trilha sonora da novela Água Viva, que tocava sem parar. As trilhas sonoras de novelas sempre eram as favoritas, as que mais tocavam. Recordo que eu tinha poucos discos. Se não me falha a memória: Álibi de Bethânia, Mania de você, Rita Lee; Os Gigantes e Cara a Cara internacional, além de compactos que iam de Lilian (Uma música lenta) a Gretchen (Dance with me). Bons tempos, com certeza!

 De lá para cá, meu gosto foi se apurando, modificando. Lembro que cheguei a ter três mil vinis, mas, com a chegada do CD, acabei me desfazendo de todos. Até hoje dói no peito.

 Na época, morava em Porto Alegre. Precisava voltar à Caxias do Sul e, num subido momento de loucura, dei todos os meus vinis para amigos e pessoas que passavam na rua. Outros, doei em sebos ou troquei por cd.´s. Para ser exato, um só. Dei uns 50 LPS em troca do CD Outras Palavras, de Caetano Veloso. Já meu primeiro cd foi MM, de Marisa Monte seguido pela trilha sonora do filme 9 ½ de amor.

 Atualmente, tive que mandar fazer uma estante sob medida para guardar meus CDs que já ultrapassam a margem dos 2.500, além dos 300 dvds musicais. Ás vezes acho que só sei viver de amor e música.

Um comentário:

  1. Jean, vejo que és bem eclético musicalmente. É isso aí meu gúri.

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