Pelo sistema de som escuto, uma voz sexy: “ embarque para o céu em 15 minutos, para o inferno em 28 minutos”. Penso: onde estou? Será que eu morri?
Sim, estou morto. Do alto da sala de espera de embarque, observo meu corpo caído. Em volta algumas pessoas desesperadas tentam me ajudar, trazer meu corpo cansado a vida, mas, tudo em vão.
Estou diante do anjo da morte e ela é exatamente como sempre imaginei que fosse ou como vi no cinema e nos velhos desenhos de televisão. Estranho que ela não tem rosto. É apenas um espírito coberto por uma roupa preta.
Com sua fria mão, ela segura a minha e me conduz pelo enorme túnel de luz. Durante o caminho, ela larga minha mão e aponta para eu seguir em frente. No fim da passagem vejo meu pai, meus avôs, amigos e até meu cachorro Ling-Ling, sorrindo para mim.
Descubro que morrer não dói nada. Poder rever e abraçar todos que partiram antes de mim, agora comigo, só ressalta que valeu a pena viver. E a saudade dos que ficaram enaltece ainda mais este sentimento, principalmente, quando sei que, algum dia, a gente vai se encontrar e se abraçar de novo, como nos velhos tempos. E, enquanto este dia não chega, aqui deste imenso e lindo céu azul, zelo por todos vocês. – JK
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