Às vezes a vida nos reserva algumas surpresas. Ontem mesmo, dirigindo sem rumo pelas ruas e avenidas de Caxias do Sul, o sinal fecha e paro o carro. Até aí, tudo bem, normal isso, embora grande parte dos caxienses pisem mais fundo no acelerador para não parar no sinal. Os pedestres que se ferrem.
Carro parado e, sem nada a fazer, dou uma espiada no motorista do lado. Para minha surpresa, uma linda morena me olhava. Percebendo que eu olhava para ela, abriu um lindo e largo sorriso. Aliás, um dos sorrisos mais lindos e brilhantes que já vi em minha existência.
Uma mexida básica nos cabelos pretos, carinha de sapeca, ela faz sinal para eu parar logo mais na frente. Não pude resistir ao pedido, e atendi ao seu pedido.
Ela era, é linda! Mulher pequena, de corpo perfeito. No ombro, uma tatuagem a mostra. Descemos do carro e conversamos por uns 15 minutos. Ela contou rapidamente da vida, dos filhos, do casamento em crise e dos seus sonhos.
Confesso que a idéia de ser casada me assustou um pouco. Por instantes tive vontade de inventar uma desculpa e continuar meu trajeto com destino ao nada. Mas, a conversa estava tão aconchegante, tão boa, que resolvi ficar, me estender mais um pouco.
Na empolgação, trocamos telefone, msn e marcamos um encontro para esta sexta-feira, às 9h da manhã. Definimos até o motel. Mas hoje, pensando comigo mesmo, será que isso seria justo, afinal ela é casada? Sou contra traição, mas deixar passar em branco um mulherão destes, ninguém merece! Não é algo que apareça sempre, ainda mais quando estamos na seca. Risos.
Hoje mesmo lembrei o que uma amiga me disse ainda ontem no facebook: que sou muito certinho. O pior que ela tem razão! Sou certinho sim!
O Jean rebelde, o ovelha negra da família, ficou no passado. Às vezes penso em resgatá-lo, afinal, que mal tem em ser o “outro” na vida dela.
To me sentindo o personagem da música “A outra”, de Ricardo Galeno, interpretada por Maria Bethânia: “... trago um coração ferido, mas tenho muita mais classe, de quem não soube prender sua esposa...”. Dramático né! Risos. O pior que sou assim, exagerado. Como já dizia o saudoso Cazuza: “Adoro um amor inventado”.
Bem, mas, tenho até amanhã de manhã para pensar. Será que me deixo levar por meus impulsos sexuais, meu, nosso prazer, ou reflito que atrás disso tem uma família, marido, filhos? Que dilema! Meu dilema!