Depois de muito pensar, resolvo que é hora da
despedida, deixar para trás velhos sonhos, velhos projetos e velhos amores
platânicos. Se em 50 anos não realizei, talvez seja hora de deixar os velhos
sonhos para trás e partir atrás de novos, reciclar-me.
Aquele sonho de casar de você, de ter uma casa
com cerca branquinha, uma varanda e um cachorro, deu lugar para um prédio imponente
e uma cinquentona charmosa e
inteligente. Aquele sonho de conhecer o mundo, deixei para o Pink &
Cérebro. Hoje, se conhecer Belém do Pará me dou por satisfeito. O sonho de
criar nossa empresa, o Temer e os políticos acabaram após tantos tributos e
ladroagem.
Agora, que venham novos sonhos, novos trabalhos
e novos amores. É hora de recomeçar em um emprego novo, fazer novas amizades,
rever conceitos e ideologias enquanto é tempo.
Acredito estar na crise dos 50 anos, na
andropausa. De repente, um calorão aparece, de repente um frio medonho. Tudo o
que eu sabia até ontem, hoje já não sei mais, já não sei se quero saber.
Sinto-me perdido e sozinho dentro do meu eu.
Estou fechado, introspectivo, preso ao mundo que eu criei. E o pior, dele não
quero sair.
O mundo lá fora, apesar dos encantos, revela
mais perigos que possamos imaginar. Eu mesmo, recentemente, conheci a pior
pessoa que podia se imaginar conhecer. Aquelas, ruins e ardilosas como as
piores vilãs de novelas. Jamais pensei que existiria no mundo real. Mas, não me
preocupo em revidar, o tempo é o senhor da razão.
Enquanto não tomo a decisão certa, ou a errada,
escrevo este desabado. Restam-me dois dias, tempo suficiente para pensar e
repensar se haverá despedida ou não. Parei na contramão!